O açude que a família Savatim construiu há 50 anos está totalmente seco pela primeira vez. “Tomamos um susto. A gente já via a água baixando desde o ano passado. Quando chegou abril, fomos levar o gado até lá e já não tinha mais água” conta o estudante Lucas, 20.
A família, que é dona de uma pequena propriedade em Tanabi, na região de Votuporanga, vive da produção de queijos.
“Os peixes morreram, e agora temos de usar um poço da propriedade para dar água aos animais. Estamos pedindo ajuda da prefeitura para tentar recuperar as nascentes, mas se isso não der certo, só vai restar rezar pela chuva”, diz o estudante.
Além de cabeças de gado, a família arrenda terras para cultivo de cana-de-açúcar para uma usina da região. Mas o plantio da cana também sentiu os efeitos da falta de água. “A produção diminuiu e o rendimento da cana também”, conta o pai de Lucas, Adenir Savatim, 67.
A roça, que deveria ter sido plantada no começo de setembro, já está atrasada, diz o agricultor. Em anos passados, de boa chuva, as famílias da região conseguiam plantar antes e se planejar melhor. Agora, podem levar mais dois ou três meses até conseguir saber como será a próxima safra.
A família Savatim não é a única nessa situação. A falta de chuvas, o registro de geada e as queimadas no campo preocupam o produtor e fazem com que ele adie planos. (DL NEWS)