O tema é muito bonito e eclético. Creio oportuno e necessário em nossos dias. O que vem a ser realmente a caridade?
Falar em caridade é, na hora, se inspirar! É elevar a alma às coisas boas que o ser humano é capaz de fazer, mesmo em um mundo, muitas vezes, repleto de injustiças e maldades.
O tema é muito bonito e eclético. Creio oportuno e necessário em nossos dias. O que vem a ser realmente a caridade?
A caridade não deve ser apenas material, essa é a mais fácil de ser praticada. O que devemos atentar é para a prática diária da caridade moral, aquela que materialmente nada custa, e não obstante é a mais difícil de ser posta em prática.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”.
Este trecho é um alerta: De que vale a beleza da palavra, se ela vier desacompanhada de atitudes. Essa atitude vem da mudança íntima, necessária a todos, da luta constante contra as imperfeições. Se não acontece essa mudança, ocorre o barulho do sino que tine, a atenção é despertada, mas a modificação necessária de corações e inteligências a que se direciona a palavra não ocorrerá.
A caridade-amor é uma dádiva de si mesmo, é o oposto de “usar”, é um sentimento ou ação altruísta, o ajudar sem esperar recompensa, é amar plenamente seu próximo, é ser benevolente, bondoso, compassivo. Não é somente um sentimento, mas sim a capacidade de agir mediante a expressão profunda do desejo de exercer o bem ao próximo.
No município de São José do Rio Preto um projeto chama a atenção ” Amigos pela Caridade”, idealizado por Lupércio Euzébio que contou um pouco sobre o trabalho que realiza:
“O Projeto Amigos Pela Caridade teve início em 2012, por meio da busca de um homem pela sua missão.
Muitos de nós sentimos um vazio, falta algo que nos impulsione, um vazio que não conseguimos explicar e essa era a minha busca, entender minha missão e foi em uma das minhas viagens como representante comercial, por meio de uma revelação que descobri minha tarefa, ajudar as pessoas!”
A partir desse momento Lupércio começou a arrecadar alimentos, brinquedos e a envolver sua rede de amigos para a 1ª festa do Natal Solidário, tudo pronto, vários brinquedos para serem entregues e faltava algo muito importante, o local para entregar, tinha que ser um local especial, onde houvesse real necessidade desse carinho, desse olhar humano e amoroso.
“Era tudo novo, e eu não sabia por onde começar, não tinha contato com as comunidades de Rio Preto, então tive a ideia de fazer uma faixa com os dizeres “Neste domingo o Papai Noel estará neste local para a entrega de presentes”, faixa pronta, faltava o local e a data, decidi então sair com o carro pela cidade e fui andando até passar em frente a um comércio no bairro João Paulo e ao descer, encontrei a moradora Kátia, disse à ela sobre o desejo de realizar a festa naquele local, que havia sentido algo no coração ao passar por aquela rua e precisava de autorização para colocar a faixa em frente ao seu comércio, neste momento tive a confirmação de que estava no caminho certo, Kátia se ajoelhou, agradeceu a Deus e emocionada disse à mim que a anos orava todos os dias pedindo à Deus que enviasse alguém para fazer algo diferente para as crianças daquele local, alguém que trouxesse alegria, amor e mostrasse à elas que são amadas e que quando pessoas do bem se unem, a vida de todos melhora.”
Fazer a festa de Natal era pouco para Lupércio, ele queria ajudar, queria que não faltasse o necessário para nenhuma família, queria dar as famílias fôlego na hora da necessidade, para que se fortalecessem e se enchessem de esperança na busca por uma vida melhor, então começou a assistir às famílias com alimentos, móveis, eletrodomésticos, roupas, pagamento de despesas emergenciais como àgua, luz e gás, a rede de amigos foi crescendo, o trabalho aumentou, mas ele estava ali, sempre disposto, visitava as familias que pediam ajuda, pedia doações, buscava doações e levava para as famílias, sempre após o trabalho e aos finais de semana, eram muitas pessoas visitadas por semana, um trabalho árduo, mas que preenchia o coração de Lupércio. Incentivava os amigos à ajudar os mais necessitados e levava esperança aos que recebiam as doações.
“As festas de Natal se tornaram grandiosas, durante 5 anos foi realizada no bairro João Paulo, no sexto ano foi realizada no Núcleo escolar do bairro Santa Clara, no sétimo ano foi realizada no bairro Dignidade, levando o amor e a alegria para muitas crianças e suas famílias, fechando com muita felicidade, ano após ano de muita luta, muitas doações e muitas famílias atendidas”.
As doações, os pedidos e tudo que é arrecadado ficam registrados no facebook de Lupércio, posteriormente foi criada a página “Amigos Pela Caridade”, onde toda doação, cada ação e festa é divulgada, sempre preservante a identidade de quem recebe a doação e incentivando os amigos a doarem pela transparência e seriedade.
O jornal Diário de Votuporanga conversou com Lupércio que contou um pouco mais sobre o trabalho em prol da caridade, acompanhem:
DV: Como é trabalhar com a caridade?
“É gratificante, é se sentir útil, levar esperança de dias melhores, é se colocar no lugar do outro e tentar amenizar a dor do próximo.”
DV: Existe diferença entre caridade e voluntariado?
L – “Caridade é o ato de ajudar, de dar ao outro aquilo que é necessário, voluntariado é uma forma de caridade, uma forma de doação, de se doar ao próximo, de doar seu tempo e habilidades.”
DV: Como o “amigos pela caridade” ajuda a sociedade?
L – “O projeto Amigos pela Caridade atende as necessidades emergenciais de dezenas de familias mensalmente, levando cestas básicas, móveis, eletrodomésticos, roupas, entre outros itens a quem necessita, trabalha como um elo entre quem precisa e quem pode ajudar.”
DV: O que mais te motiva no trabalho pela caridade?
L – “Minha maior motivação é levar o amor de Cristo aos necessitados, pois ao receber esse amor um dia quem foi ajudado ajudará e essa corrente do bem se tornará cada vez maior e mais forte.”
DV: Com à pandemia é notório o aumento de pessoas que necessitam de ajuda, quais as maiores dificuldades encontradas no momento?
L – “Uma das principais dificuldades que senti foi a diminuição das doações, pois com o aumento do desemprego muitas pessoas que me procuravam para doar, hoje me procuram pedindo doações.”
DV: Como é conhecer uma outra realidade?
L – “Na verdade não estou conhecendo uma outra realidade, pois a necessidade foi minha realidade por muitos anos na infância, filho de uma mãe batalhadora, que sustentava nossa casa cuidando da casa dos outros, de pai alcoólatra e com mais três irmãos, conheço bem a dor da necessidade e a importância de ter a mão estendida.”
DV: Qual à satisfação de poder ajudar ao próximo?
L – “Não sei se satisfação seria a palavra, pois satisfeito eu ficaria se todos tivessem casas e trabalho digno para poder suprir as necessidades de suas famílias, eu sou grato, grato à Deus por poder ajudar e peço à Ele vida e saúde para continuar ajudando.”
DV: Como as pessoas podem ajudar no trabalho do ” amigos pela caridade”? Como podem fazer suas doações?
L – “O projeto Amigos pela Caridade atende as famílias de São José do Rio Preto à 09 anos, sempre precisamos de voluntários para coleta de alimento de porta em porta e pessoas dispostas a buscar e levar doações. Moradores nos ajudam fazendo suas doações de alimentos, móveis, roupas, itens para bebês entre outras coisas, para doar é só entrar em contato pelo telefone (17) 991832413”.
DV: Algum projeto futuro?
L – “Sim, queremos ampliar o projeto “Amigos pela Caridade”, criando uma sede com cursos e direcionamento para o mercado de trabalho, para além de agir na necessidade emergencial da família, podermos ajudá-la a se estruturar financeiramente.”
A cantora Ro Melo é voluntária e também ajuda o projeto, colabora com doações e também com suas lives, abaixo ela conta como é poder ajudar esse trabalho:
“Ahh participar dos amigos pela caridade pra mim, faz com que eu me sinta mais próxima do amor e compaixão que Deus tem por mim. No começo eu ajudava somente com a parte material, emprestando mesas e o caminhãozinho para facilitar o trabalho do Lupércio, isso durante uns 3 anos. Num belo dia sem procrastinar mais, ele me pediu as mesas, e eu perguntei pra que hora e dia. Ele respondeu e eu fui e não consegui parar de ajudar nunca mais. Era só no final de ano, depois prometi ajudar o ano todo. Todos os eventos que eu promovo são revertidos para o grupo e para outras pessoas que precisam.” (Ro Melo)
Acompanhe a página @Amigos Pela Caridade
Juntos somos mais fortes!
Por Andrea Anciaes