28 de julho: Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais 

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Médico hepatologista Edson Cartapatti, do Austa Hospital, de Rio Preto – Foto: Reprodução

Casos de hepatite A no Brasil aumentaram 56,2% nos primeiros 6 meses de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado.


O número de casos de hepatite A registrados no Brasil aumentou 56,2%, no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Este dado por si só justifica a importância do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais nesta sexta-feira, 28 de julho. Criada em 2010, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a data tem por objetivo conscientizar sobre os tipos de hepatites virais e a importância de haver ações de controle da doença, que causa a morte de 1,4 milhões de pessoas no mundo, seja em decorrência de infecções agudas, cirrose ou câncer hepático.

As hepatites virais são causadas por infecções muitas vezes assintomáticas, que afetam o fígado. Dr. Edson Cartapatti, médico hepatologista do Austa Hospital, explica que a hepatite A é transmitida por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, através de alimentos ou da água contaminada. A transmissão sexual pode ocorrer com a prática sexual oral-anal (pelo contato da mucosa da boca com o ânus de uma pessoa infectada). 

“Devemos ficar atentos a este crescimento da hepatite A e as pessoas buscarem se prevenir, cientes das formas de transmissâo”, afirma o hepatologista do Austa Hospital. Apesar do aumento expressivo do tipo A, são as hepatites B e C as mais comuns no país, de acordo com o Ministério da Saúde. 

718.651 casos de hepatite no Brasil entre 2000 e 2021:

  • 279.872 de hepatite C = 38,9% do total 
  • 264.640 de hepatite B = 36,8%
  • 168.175 de hepatite A = 23,4%
  • 4.259 de hepatite D = 0,6%

Saber mais sobre hepatites é fundamental, segundo Dr. Cartapatti, para que as pessoas conheçam os vários sintomas que podem levar a pessoa a procurar o médico. “Esta doença, sobretudo os tipos B e C, se manifesta de diferentes modos e, se não tratada no momento certo, pode evoluir para a forma crônica, com graves consequências”, afirma o hepatologista do Austa Hospital. 

Os sintomas mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 

A hepatite A ocorre principalmente por via fecal-oral, pelo contato inter-humano ou consumo de água e alimentos contaminados. “Recomenda-se lavar as mãos regularmente, especialmente após o uso do banheiro e antes de manipular alimentos. Beber água tratada e consumir alimentos cozidos também é importante”, orienta o médico.  A vacinação contra a Hepatite A está disponível pelo SUS. 

A hepatite B pode ser transmitida pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado ou por via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).] 

Para preveni-la, a pessoa deve adotar práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos. Além disso, a vacinação é uma medida preventiva fundamental, que deve ser administrada logo após o nascimento, a partir dos dois meses de idade, num total de três doses. Para os adultos que não foram vacinados durante a infância, também são recomendadas três doses da vacina. 

Existe também a vacina combinada da Hepatite A e B, indicada para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos, sendo uma ótima opção para aqueles que não foram vacinados contra ambas as hepatites. 

Assim como a B, a hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue infectado, que pode ocorrer por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, transfusão de sangue e uso de equipamentos médicos ou de tatuagem não esterilizados.  

Existem ainda, com menor frequência, o vírus da Hepatite D (mais comum na região norte do Brasil) e o vírus da Hepatite E, encontrado com maior facilidade em países da África e da Ásia. As hepatites virais são classificadas como agudas, com duração de até seis meses, e crônicas, de mais de seis meses.