100 mil vidas perdidas, muita dor e luto pelo Brasil

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 Brasil ultrapassa 100 mil mortes pelo coronavirus

 

Ao passo que o número de infectados cresce e o isolamento social diminui, o contador dos óbitos oficiais continua a aumentar

 

 

Por Andrea Anciaes

Estamos de luto pelas 100 mil vidas perdidas para à Covid-19 e em oração pelos que ficaram com o coração dilacerado e aos que ainda enfrentam essa doença.

Certamente já chegamos a este patamar há muito mais tempo. É que a baixa notificação, o desmonte das ações de vigilância, a baixa testagem, a falta de transparência nos dados de síndrome respiratória aguda grave fizeram com que a gente atingisse esta marca agora no início do mês de agosto.

Menos de 5 meses desde o primeiro óbito em 12 de março, o Brasil ultrapassou no dia 8 de agosto, a absurda marca de 100 mil vidas ceifadas. Essa pandemia devastadora deixa rastros de dor e de tristeza nos corações de milhares de pessoas. São 100 mil sonhos e propósitos enterrados!

São 100 mil mortos e lamentavelmente ainda não caiu a ficha do tamanho dessa tragédia. Esta pandemia está destruindo vidas, destruindo sonhos, destruindo famílias, o Brasil há cinco meses continua devastado. As medidas de afrouxamento do isolamento social adotadas por estados e municípios traz sempre novas preocupações ao invés de trazer paz e segurança para a população.

A população precisa colaborar e entender a necessidade de isolamento, distanciamento e o cumprimento às regras determinadas pela Organização Mundial da Saúde.

Os lamentáveis números confirmam o Brasil como a segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, atrás dos Estados Unidos.

Segundo infectologistas e pesquisadores de instituições renomadas mundialmente, o vírus está se espalhando pelo interior do Brasil em uma velocidade assustadora, diariamente os números aumentam e com isso as autoridades temem que uma nova onda de Covid-19 venha desaguar novamente nas capitais.

Histórias diferentes, mas tragicamente unidas por uma doença pesadíssima e avassaladora, com todos os efeitos ainda desconhecidos….o pior deles, porém, todos sabemos: a morte!

Bolsonaro o líder da nação brasileira, chamou a doença de “gripezinha”. Esse mesmo líder insiste em diminuir os efeitos ao incentivar um confronto entre saúde e economia, infelizmente diante disso os números de óbitos e infectados só aumentam.

A responsabilidade dos nossos governantes é do tamanho das perdas. Agora cabe a eles estabelecer o grau de prioridade. Claramente não há mais dúvidas sobre a complexidade e os riscos da doença. Como olhar para tudo isso com os mesmos olhos de antes? Como voltar a ter esperança diante de tantas dúvidas, inseguranças e medos?

O fato é que o presidente Jair Bolsonaro  ainda não priorizou o enfrentamento ao novo coronavírus, apesar de mais de um milhão de brasileiros terem se contaminado e o número de pessoas mortas ser assustador.

O mundo vive um luto sem fim que se transformou em um sentimento muito maior, pois estamos lidando com uma das maiores tragédias da história da humanidade.

Cem mil corações que deixaram de bater. Nós sentimos por essas vidas. Precisamos ter humanidade e a sensibilidade de enxergar que esses números são, na verdade, histórias. Precisamos valorizar as vidas que perdemos, pois acreditamos que a vida deve estar sempre em primeiro lugar.

Em um país regido por um sistema de desigualdade abissal que há tempos diferencia  aquelas e aqueles que têm ou não o direito de viver, a pandemia só expôs ainda com mais força as vidas pelas quais o Estado brasileiro tem maior zelo e cuidado.

Os números que colocam o Brasil em destaque negativo já superam o total de mortos em eventos como a Gripe Espanhola e a Guerra do Paraguai.

A pandemia impôs um sofrimento sem precedentes para centenas de milhares de brasileiros, que perderam entes queridos muitas vezes sem poder se despedir, velórios e enterros passaram a ter restrições para reduzir a possibilidade de transmissão do vírus.

A fase atual, de interiorização da pandemia, levanta novas preocupações nos pesquisadores, especialmente devido às medidas de afrouxamento do isolamento social adotadas por muitos estados e municípios.

 

Espalhando-se pelo interior dos estados, uma nova onda de covid-19 pode desaguar novamente na costa e nas capitais. “É o efeito bumerangue”, as

capitais que estão mostrando na mídia que têm tudo sob controle estão ampliando a flexibilização. Assim, consequentemente vão reviver a mesma coisa, um aumento nos números de casos de infectados pelo vírus elevando os números de óbitos nas próximas semanas lamentavelmente.

Existem dois debates hoje no mundo: VOLTA ÀS AULAS E VACINA.

Não ter pressa com a flexibilização nem com a vacina pode evitar uma catástrofe ainda maior, é preciso que as pessoas tenham consciência e colaborem com os protocolos para preservarem suas próprias vidas.

“Chegamos a 100 mil mortos e ainda não caiu a ficha do tamanho dessa tragédia. Quando vimos as quedas das torres gêmeas de Nova York, em 2001, ficamos muito chocados. O mesmo quando vemos a queda de aviões. Mas, curiosamente, a cada três dias caem duas torres, a cada dia caem três Boeings. Este número [de mortos] seria [equivalente ao de] uma guerra, e parece que ainda não caiu a ficha.”

(Miguel Nicolelis)