Ucrânia pede aos países ocidentais mais armas contra Rússia

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Civis treinam com membros da Legião Georgiana, uma unidade paramilitar formada principalmente por voluntários de etnia georgiana para lutar contra as forças russas na Ucrânia em 2014, em Kiev, Ucrânia, no sábado (19) — Foto: Efrem Lukatsky/AP

Enquanto isso, Putin obtém autorização de seu parlamento para usar tropas no leste ucraniano, mas afirma que ‘não disse que seria agora’.


O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse nesta terça-feira (22.fev) que os países ocidentais deveriam intensificar o envio de armas para seu país, para ajudá-lo a resistir contra a Rússia.

Pouco depois, o presidente russo Vladimir Putin obteve autorização do parlamento de seu país para usar tropas no leste ucraniano, onde reconheceu duas repúblicas separatistas nesta segunda. Putin disse não saber quando exatamente faria uso dessas forças e que não afirmou que seria “imediatamente”.

Apelo ucraniano

“Nesta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores, pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia. Com a mesma pergunta, vou me dirigir aos meus interlocutores nos Estados Unidos”, afirmou Kuleba.

“Nossas melhores garantias serão nossa diplomacia e armas. Vamos mobilizar o mundo inteiro para termos tudo de que precisamos para fortalecer nossas defesas”, frisou.

O ministro ucraniano deverá conversar ainda nesta terça com Antony Blinken, o secretário de Estado americano.

O presidente Putin pediu ao Parlamento russo a permissão para usar as forças armadas da Rússia no exterior depois de reconhecer formalmente duas regiões separatistas do leste da Ucrânia. O pedido foi aprovado por unanimidade logo em seguida. A medida entra em vigor imediatamente, segundo um deputado presente à sessão.

Antes, o Parlamento da Rússia ratificou o acordo assinado por Putin para defender os separatistas do leste da Ucrânia, após o reconhecimento de suas repúblicas.

Putin: não será ‘imediatamente’

Putin disse que é impossível dizer com antecedência quais serão as ações militares em Donbass. As eventuais movimentações, segundo ele, vão depender da situação no local.

“Eu não disse que nossas tropas irão para lá imediatamente”, afirmou ele.

Ele afirmou também que a melhor solução para acabar com a crise em torno da Ucrânia seria Kiev desistir de seu desejo de se juntar à Otan: “A melhor solução para essa questão seria que as autoridades atualmente no poder em Kiev desistissem de ingressar na Otan por conta própria e se mantivessem na neutralidade”.

Ele afirmou também que o Tratado de Minsk, que estabelecia a paz entre os dois países, não existe mais e que não há nada no texto para ser cumprido, e que a culpa pelo fracasso do acordo é do governo da Ucrânia.
Ocidente já enviou armas
Países da Europa Ocidental e os EUA já enviaram armas para a Ucrânia no início deste mês. Países como os Estados Unidos e o Reino Unido forneceram ajuda militar à Ucrânia, que incluiu mísseis antitanque e lançadores para ajudá-la a se defender. Outros, como a Alemanha, enviaram capacetes, evitando ajuda com armamento letal.
A Rússia criticou essas doações.
No dia 9 de fevereiro, um dirigente de alto escalão do governo russo acusou o Ocidente de aumentar a pressão política sobre Moscou ao fornecer armas e munições para apoiar a Ucrânia.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que os suprimentos militares para a Ucrânia representam “chantagem e pressão” ocidentais.
“Tudo o que está acontecendo em termos de abastecer a Ucrânia com equipamentos, munições, equipamentos militares, incluindo armas letais, é uma tentativa de colocar pressão política adicional sobre nós, bem como provavelmente pressão técnica militar”, disse Ryabkov, segundo a agência de notícias RIA.
*Informações/g1