Tudo que precisa saber sobre teste do pezinho

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Médica pediatra Dra. Carla Sidiley Roveri da Silva - Foto: Reprodução

Pediatra do SanSaúde, Dra. Carla Sidiley Roveri da Silva, explicou sobre essa avaliação tão importante.


Todos os bebês recém-nascidos passam por um processo de triagem neonatal, uma avaliação geral feita por meio de exames para identificar a existência de doenças ou a tendência ao desenvolvimento de problemas de saúde.

O diagnóstico precoce é uma forma de prevenir tais problemas, pois permite que os pais e os profissionais de saúde iniciem os tratamentos necessários para evitar o agravamento de algumas condições no futuro, promovendo mais qualidade de vida para a criança.

Um dos exames da triagem neonatal é o teste do pezinho, que detecta doenças assintomáticas ao nascimento, mas que podem trazer riscos à saúde da criança. O SanSaúde conversou com a médica pediatra Dra. Carla Sidiley Roveri da Silva sobre o tema.

O que é?

O nome é decorrente do método de extração do sangue, que acontece por meio de uma leve picada no calcanhar. A coleta acontece nessa parte do corpo por conta do grande fluxo sanguíneo presente.

Após a obtenção da amostra de sangue, os profissionais de análise laboratorial fazem um estudo para avaliar a presença de ameaças. Em geral, o resultado é entregue em até uma semana. A partir de 1992, o teste do pezinho passou a ser obrigatório e gratuito no país.

Quando é realizado?

Dra. Carla explicou que o teste do pezinho é realizado do terceiro ao quinto dia de vida do recém-nascido. “Também pode ser realizado em prematuros do terceiro ao quinto dia de vida, porém vão precisar de nova coleta dependendo da idade gestacional, geralmente por volta de 28 dias e entre 90 a 120 dias de vida”, complementou.

O que detecta?

Atualmente, detecta seis patologias: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo congênito, Síndromes Falciformes, Fibrose cística, Hiperplasia Adrenal congênita e deficiência de Biotinidase. “O teste é muito importante, pois se essas doenças são tratadas no início, diminuem os riscos de complicações e melhoram a qualidade de vida das crianças”, afirmou.

A médica explicou que, em caso de resultado positivo para alguma doença, o próprio laboratório responsável entra em contato para nova coleta e encaminha para a especialidade para a confirmação do diagnóstico. “É importante ressaltar que o teste é apenas de triagem, ele não define o diagnóstico”, destacou.

Abrangência

A especialista comentou a diferença do teste do pezinho feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e em clínicas particulares. “Pelo SUS, detecta as 6 doenças, as mais comuns. Já em avaliações pagas, o teste abrange mais patologias, alcançando mais de 100 doenças”, detalhou.

Por que o teste do pezinho é tão importante?

Há dezenas de exames fundamentais, sobretudo para crianças. O teste do pezinho está entre os mais importantes por duas razões principais:

– Vulnerabilidade do bebê: um recém-nascido tem o seu corpo em um estágio pouco avançado de desenvolvimento. Nessa fase, o organismo é mais vulnerável e deve ser protegido por meio de medidas preventivas como o teste do pezinho.

– Ausência de sintomas: as doenças detectadas por meio do teste do pezinho não apresentam sintomas. Isso significa que não se pode bobear um segundo em relação a elas. Quando certas doenças não são tratadas ainda nos primeiros meses, podem gerar sérios prejuízos à saúde e comprometer a qualidade de vida da criança.