TJ anula júri e empresário de Guapiaçu será julgado novamente por acusação de matar votuporanguense 

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Corpo de Rodrigo Teodoro foi encontrado às margens da rodovia BR-153 em Onda Verde — Foto: Reprodução/Facebook

A medida foi tomada após recurso do Ministério Público alegando que a decisão tomada durante o julgamento do réu em 2022 era injusta. O web designer Rodrigo Teodoro de Jesus, de 39 anos, foi morto em 2019, segundo a acusação de forma violenta. A defesa diz que vai recorrer.


O Tribunal de Justiça (TJ) anulou o júri popular que julgou o homicídio cometido contra o web designer Rodrigo Teodoro de Jesus, de 39 anos – conhecido como Théo Maximiliano. A vítima era de Votuporanga/SP, no entanto morava em São José do Rio Preto/SP, e estava sendo procurado pelos familiares logo após desaparecer. 

A medida foi tomada depois que o Ministério Público, através do promotor de justiça Evandro Ornelas, entrou com recurso alegando que pelas provas era evidente o crime de assassinato e que o réu tinha sido absolvido de forma incoerente. 

O réu, o empresário L.R.S., de 50 anos, morador de Guapiaçu/SP, é acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ainda não há data para realização do novo júri. 

Procurado pela imprensa, o advogado de defesa, Wagner Domingo Camilo, diz que vai recorrer da decisão e que não há indícios suficientes que comprovem que o crime foi cometido pelo cliente dele. Disse também que o réu é inocente e nunca teve antecedentes criminais.

O corpo da vítima foi encontrado no dia 19 de outubro de 2019, as margens da Rodovia Tranbrasiliana, BR 153, em Onda Verde/SP, com sinais de violência. Rodrigo foi reconhecido pela irmã dele, depois que ela recebeu a notícia que a polícia havia localizado um corpo sem identificação.

O boletim de ocorrência informando o sumiço do web designer foi registrado em 12 de outubro. De acordo com os familiares, ele tinha sido visto pela última vez no dia anterior, no bairro Boa Vista em Rio Preto. 

Segundo o promotor responsável pelo caso, ficou evidente que Rodrigo não teve chances de defesa: “Durante as investigações da Polícia Civil o réu foi preso e confessou o crime. Disse que tinha matado a vítima por asfixia. Depois amarrou as mãos de Rodrigo e abandonou o corpo em área de difícil acesso, as margens da rodovia. Porém, em juízo o acusado apresentou nova versão e negou os fatos”, explica Evandro Ornelas. 

Ainda de acordo com o promotor, o corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, o que dificultou o trabalho da perícia para identificar se a causa da morte foi estrangulamento. 

Justificativa que teria sido usada pela defesa para convencer os jurados durante o julgamento ocorrido em 2022, que resultou na absolvição do empresário. 

“Durante o julgamento, depois de ouvir acusação e defesa, dos sete jurados, quatro entenderam que não era homicídio. Com isso o acusado que estava preso, foi absolvido e conseguiu a liberdade, mas entendemos que há provas suficientes do crime. Diante dessa situação entrei com recurso, pedindo por um novo julgamento”, explica o promotor. 

O TJ acatou o pedido e entendeu pela anulação do julgamento que ocorreu há cerca de dois anos. Determinando a realização de um novo júri. Ainda cabe recurso da decisão. 

Se condenado, o réu pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. 

*Com informações do g1