Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) registrou fenômeno em Nhandeara/SP e Pardinho/SP. Astrônomo afirma que ‘surtos’ não são tão comuns.
Um “surto” inesperado de meteoros Perseidas foi registrado neste fim de semana no Brasil, Estados Unidos e Canadá. O fenômeno também “desenhou” o céu de cidades do interior de SP.
Em Nhandeara/SP, a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) registrou o “surto” na sexta-feira (13), mas o pico do fenômeno durou todo o fim de semana.
Outro registro foi em Pardinho/SP, no sábado (14). A estação que fica no município flagrou 243 meteoros no céu.
O astrônomo Renato Poltronieri explicou que há registros de meteoros diariamente, mas um “surto” como este é mais difícil de acontecer.
“Não é tão comum. É que neste caso a Terra está atravessando a trilha de partículas deixada pelo cometa que gerou a chuva Perseidas, que vai de 20 de julho até 24 de agosto, tendo sua máxima estimada nos dias 11, 12 e 13.”
“Este ano a Perseidas nos enganou e teve um surto no dia 14, o que não era esperado. Por isto a importância de observar, registrar e estudar”, afirma.
O astrônomo ressalta que apesar dos registros no Brasil, o fenômeno foi predominante no Hemisfério Norte.
Na última quarta (11) e quinta-feira (12), a Bramon também registrou meteoros Perseidas em Nhandeara e Marília/SP.
Em imagens compartilhadas, os meteoros cruzam o céu por volta da 1h. Fotografias também flagraram o fenômeno por volta das 5h30 no céu do noroeste paulista.
Entenda o fenômeno
O fenômeno de Perseidas não é novidade, pelo contrário. Essa chuva de meteoros acontece todos os anos, entre os meses de julho e agosto, quando a Terra, em seu movimento de rotação, encontra os destroços deixados pela passagem do Swift-Tutle.
A chuva de meteoros foi batizada de Perseidas em homenagem a constelação de Perseu, uma vez que os especialistas acreditam que estrelas cadentes irradiem desta constelação.
A chuva de meteoros acontece quando o nosso planeta atravessa o rastro de poeira e detritos deixado por um cometa ao se aproximar do Sol.
No caso de Perseidas, a Terra cruza o caminho feito pelo cometa Swift-Tutle, que gira em torno do Sol a cada 133 anos.
Em sua trajetória solar, o cometa deixa resquícios, que se acumulam ao longo dos anos. Quando a Terra cruza com a trajetória feita pelo cometa, alguns desses destroços entram na atmosfera terrestre a uma velocidade de 59km por segundo, fazendo com que queimem, deixando um rastro de luz atrás de si.
*Informações/G1/Renato Poltronieri/Bramon