Sudeste segue sem chuva até o fim de julho 

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Foto: Reprodução

Com bloqueio atmosférico forte, Sudeste continua sem frente frias que possam provocar chuva e frio.


A população da Região Sudeste se pergunta quando vai chover um pouco para aliviar a secura do ar e do solo, assentar a poeira que tem estado suspensa, piorando a qualidade do ar. A outra pergunta é: quando virá o frio do inverno?

Por enquanto, nenhuma mudança, nenhuma novidade à vista, é a resposta para as duas perguntas. A grande massa de ar seco que vem predominando sobre o Brasil, e atuando fortemente sobre a Região Sudeste, ficou ainda mais forte nos últimos dias e mantém as condições para o bloqueio atmosférico que impede que as frentes frias avancem com força para o Sudeste.

Época de estiagem

Não chover em julho na Região Sudeste é algo relativamente comum. A Climatologia mostra que este é um mês de baixíssimas médias de chuva, que não passam de 60 mm mensais, para a maioria das áreas da Região. O cálculo pode ser visto no mapa feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com dados do período de 1990 a 2020. 

O problema é que a falta de chuva vem sendo sentida desde março. Agora, a chance de chuva já normalmente baixa e possibilidade de alguma chuva fica ainda mais remota, com a atuação do forte bloqueio atmosférico. 

A primeira quinzena de julho fechou com grande parte do Sudeste acumulando de 70 a mais de 100 dias sem ocorrência de chuva igual ou acima de 10 mm em 24 horas. 

Até o fim de julho, os poucos episódios de chuva poderão ocorrer em algumas áreas do litoral do Sudeste, em dias onde houver um eventual aumento do vento marítimo. Nesta situação tem-se um aumento da concentração de ar úmido nas áreas próximas ao mar, o que favorece o desenvolvimento de nuvens de chuva. 

Os mapas mostram a previsão de acumulado de chuva para o período de 20 a 24 e de 25 a 29 de julho no Brasil. Na Região Sudeste, a chance de alguma chuva é considerada apenas em áreas costeiras, mas que não devem passar de 10 mm em cada período. 

Quando o bloqueio vai terminar? 

O balanço de temperatura da superfície da água do mar entre a costa da Região Sul e a região da costa entre o Uruguai e a Argentina não esteve favorável ao deslocamento das frentes frias. 

O meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo explica que “A expectativa é que a diferença de temperatura entre estas regiões volte a ficar mais forte ao longo das próximas semanas, favorecendo a entrada de mais frentes frias, especialmente a partir da segunda semana de agosto. Por enquanto, ao longo das próximas duas semanas, a tendência ainda é de uma situação de bloqueio, com a permanência de ar quente sobre o Centro-Oeste e Sudeste, e ingresso de ar quente também pela Região Sul (principalmente no oeste da região). 

Vinícius explica também que ” os modelos atmosféricos computacionais indicam alguma mudança no final de julho e início de agosto, com enfraquecimento de um bloqueio observado também no Pacífico Sul e consequente enfraquecimento do bloqueio no Sudeste, mas ainda não há sinalização de mudança radical, com grande resfriamento.”