Pois é, não importa o que você faz, como você faz, onde você faz, sempre terá alguém com uma opinião contrária a sua, talvez pelo simples fato de não gostar de você, então se for por isso, independe dos frutos do que você faz, sempre haverá críticas.
Portanto, não é nenhuma novidade, o fracasso é certo pra quem ainda pensa em agradar todo mundo.
Acaba sendo um peso quase que insuportável, e o pior, mesmo quando você atingir o objetivo, você não atingiu o seu objetivo, mas o do outro, e pior, logo o outro ou os outros dobrarão a aposta sobre você e te desafiarão de novo, e sua vida entra numa ciranda sem fim.
A tentativa de agradar o outro de forma linear, contínua, acaba sendo uma tentativa de se suprir uma carência, e carências… Gente, nesses níveis, nunca serão supridas, serão no máximo abastecidas, são como saco sem fundo, nunca estarão cheios.
Aliás carência tem essa característica, de nunca ser suprida.
Carências precisam ser curadas. vou repetir, carências não existem para serem supridas, carência existem para serem curadas.
Acaba acontecendo a mesma coisa com quem tem carências com coisas materiais, aquela necessidade de consumir, comprar, comprar e nunca enche a sacola de carências, isso precisa ser curada, tentar supri-las sempre, é bem parecido com enxugar gelo.
Mas voltando a ideia inicial, porque nós nos preocupamos tanto com o que o outro pensa de nós?
Vou fazer uma abordagem que achei interessante. Lembro de ter lido uma vez sobre isso e penso que faz todo sentido.
A espécie humana, o homo sapiens, segundo a ciência tem cerca de 250 mil anos de existência, e no começo como todo animal ele vivia em grupo, aliás como hoje, existem as cidades, os bairros, os estados e os países. Antigamente eram grupos, grupos bem menores, de 15 a 30 pessoas no máximo, e conviviam com os outros animais, e dentre esses outros animais, o humano era o de médio porte, e um dos mais fraco, um homem sozinho com esses animais certamente seria presa fácil.
Porque estou trazendo isso?
Acontece que, o estarem juntos, era uma questão de sobrevivência.
Acontece que como hoje, nesses grupos primitivos, haviam regras para a permanência neles. Então, caso saíssem fora da regra eram expulsos. Aí se explica de certa forma, para aqueles homens a preocupação de como o grupo os via, o que o grupo pensava dele, porque caso não estivesse de acordo com o concesso geral do grupo, seria expulso, deixado de lado, e consequentemente seria devorado pelos outros animais mais fortes.
Veja, que não bastava, talvez como hoje, uma postura correta, mas era questão de sobrevivência a opinião do outro sobre essa tal postura. Conhece o ditado: “Não basta a mulher de César ser honesta, precisa demostrar que é honesta.”
Pois é, parece que não mudou muito, a sobrevivência emocional agora está intimamente ligada ao que o grupo pensa da gente.
Nós não mudamos, mas talvez o grupo tenha mudado. O grupo está mais exigente, cobra mais, o grupo ficou mais insaciável, numa carência inesgotável sobre a conduta individual de cada membro desse grupo.
Ok! A exigência do grupo continuará tendendo a aumentar. Você não conseguirá controlar o que vem de lá pra cá, mas pode controlar e deve controlar o que vai absorver.
Existem pessoas que são tóxicas por natureza, mas não preciso necessariamente absorver o que emitem de tóxico.
Isso é bem típico de pessoas pequenas, rasteiras, que fazem de tudo pra derrubar o outro do nível que ele está. O tema delas é o seguinte: “Se eu não consigo chegar lá em cima, vou fazer de tudo para puxá-lo para baixo, aí ficamos iguais.”
Estou imaginando você lendo, e concordando com tudo. De repente até lembrando de pessoas com esse perfil e imaginando: “Ah… fulano sim, deveria estar lendo isso, mas vamos ser um pouco mais criteriosos com nós mesmos, e identificar quando nossa postura acaba sendo, mais de agente de cobranças do que vítimas das cobranças.
Se é pra fofocar, que tal a gente fofocar da gente pra gente mesmo. Quem sabe haja aí, uma fofoca positiva? Se ela for de você pra você mesmo.
Quando querem saber sobre sua vida, é por pura curiosidade, ou a tentativa de destruição de reputação, na verdade mesmo, não se importam com você.
Presta bem atenção nessa frase de Freud: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”.
Vamos parar de satisfazer a curiosidade alheia, a imaginação dos outros já é suficiente pra difamar, penso que ouvir as fofocas tem o mesmo peso que fazer a fofoca. faça o possível pra não ficar ouvindo, mesmo porque, além de tudo vamos estar alimentando ressentimentos do fofoqueiro.
Já parou pra pensar que quem só fala da vida dos outros devem ser pessoas frustradas, mal amadas, que de certa forma acham a vida do outro mais interessantes que a sua própria?
Fale sobre ideias. Se tiver certeza, fale sobre fatos, e deixe que pessoas vulgares falarem de outras pessoas…
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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