SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

O MUNDO PRECISA DE MAIS AMADORES

Eu brinco com o pessoal aqui do Novo Sinai, que nós só estamos firmes ainda, que esse trabalho sobrevive a quase vinte anos, porque sempre foi conduzido por amadores.

Calma. É só um trocadilho com a palavra, eu não digo amadores, no sentido de não profissionais, mas amadores me referindo aqueles que amam.

Exatamente. Num momento onde se exige excelência, profissionalismo em tudo, os que amam de verdade continuam fazendo a diferença.

Tem um momento no filme da vida de Madre Teresa de Calcutá, que ela anda pelas ruas cuidando de leprosos, e um político chega até ela e diz: Nossa irmã, sinceramente eu não faria isso que a senhora faz, por dinheiro nenhum. Ela ali agachadinha olha pra ele e diz: Filho, por dinheiro eu também não faria.

Pois é, tem muitos cursos formando profissionais por aí, mas Deus continua procurando e graduando os amadores, aqueles que estão dispostos a amar.

PREGUIÇA, O PECADO DA OMISSÃO

Existem sete pecados capitais, e todos eles falam de algum tipo de ação, menos um, que fala do não agir, o pecado da preguiça.

Enquanto os outros pecados falam em excesso, a preguiça fala em falta.

Normalmente nós associamos preguiça a uma indisposição do corpo, mas penso que a preguiça de espírito seja pior, porque além de estar no espírito, acaba indo para o corpo também.

Muitos confundem preguiça com paciência, com ponderação, mas não, uma inércia prolongada demais, é preguiça mesmo…

Agora, pior, é quando se confunde propositadamente a preguiça como algo contemplativo, como orar, meditar, estar zen, negativo. São Bento dizia que o trabalho cria uma proximidade com o Divino, e eu concordo, porque com o trabalho, o homem transforma a criação, como se Deus tivesse deixado a matéria prima, já o produto final, pronto, acontece com o trabalho do homem.

CONVICÇÃO OU COERÇÃO, A DUALIDADE DA ÉTICA

Você já deve ter ouvido que caso queira conhecer uma pessoa, dê poder a ela.

E é verdade. Na vida acontecem circunstâncias que revelam o verdadeiro caráter das pessoas.

Dizem até que a situação que faz o ladrão, mentira, a situação faz o roubo, o ladrão já existia dentro da pessoa.

Quando se guarda a intenção de levar vantagem, de tirar proveito, a circunstância só traz à tona, só potencializa o que a pessoa tem como intensão.

Agora se você tem dentro de si um pacto de integridade de honestidade, as circunstâncias mesmo que contrarias, vão externar integridade, honestidade.

Se pergunte se a sua ética, sua honestidade, seu cristianismo é uma prática por convicção ou por coerção, coerção do meio, das circunstâncias.

Se conhecer, é saber verdadeiramente, identificar se existe em você essa dualidade de ética, que oscila entre a convicção e a conveniência.

A SOLIDARIEDADE É MAIS HORIZONTAL

Como é fácil perceber que nós já nascemos com um instinto de competição né.

Aquele bebezinho todo meigo dos primeiros meses, logo já começa a disputar os brinquedinhos com os irmãos, brota o instinto egoísta, e sem ninguém ensinar.

A gente nasce com esse instinto, e o pior, somos educados a continuar competindo.

Não confunda aqui o lado positivo da superação, de se vencer, mas precisaríamos ter mais ousadia, e educar as crianças também, para a solidariedade.

Sabe porquê? A competição gera divisão, já a solidariedade traz paz de espirito.

Até se fala sobre caridade com as crianças, mas solidariedade acaba sendo engolida pela competição.

Eu vejo caridade como algo mais frio, mais vertical, onde o caridoso está sempre por cima, olhando o que o coitado lá embaixo precisa.

Já a solidariedade não, ela é horizontal, vê o outro no mesmo plano, respeita, e até aprende com ele.

QUEM SUA MENTIRA ANDA AGRADANDO HEIN?

Você já percebeu que Jesus, tanto nos milagres, e na doutrina, sempre olhou a necessidade e não no desejo das pessoas que estavam com ele?

Já nós, parece que temos o desejo de sermos o desejo do outro, a expectativa, e até o prazer do outro, e pra isso, fugimos até dos nossos princípios.

Tem uma música que o refrão repete várias vezes: “Mente pra me ver contente.”

Sei do tom de brincadeira da música, mas se vê mesmo, muita gente mentindo só para agradar, achando até que ajuda o outro mentindo, falando o que ele quer ouvir.

Mas a mentira é a maldade mais absoluta, e tem paternidade definida, Jesus deixou claro que é o diabo o pai da mentira.

Vale fazer uma análise sobre nossas mentiras, quem elas andam agradando, os outros? Cuidado, há muita gente tentando se agradar, mentindo pra si mesmo.

Por: Carlinhos Marques

Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já”

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