SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

E SE EU DERRUBAR FEIJÃO NA SUA TOALHA NOVA?

Me lembro de já ter comentado aqui sobre uma verdadeira guerra que travam hoje contra a igreja e contra a família, guerra que nunca será vencida, porque essas são as duas únicas instituições fundadas por Deus, mas que sofrem sim, ataques e muita intolerância inclusive entre os próprios membros.

Acabamos por ser mais tolerantes com os de fora do que com os de casa.

Imagina se você me convidasse para jantar na sua casa, e na hora de me servir, eu derrubasse feijão na toalha, com certeza me você diria: “Ah não foi nada, fica tranquilo, isso acontece.” Mesmo sendo aquela a toalha branca nova que você nunca tinha usado, diria que não foi nada?

Agora se for o esposo, a esposa ou o filho… levaria uma bronca daquelas, perigoso pedir para lavar a toalha até ficar branquinha de novo, chamaria de desastrado, chegaria ao ponto de estragar o jantar.

Somos compassivos com os de longe, e duros, com os de perto, essa é uma tentação sutil, que enfraquece principalmente a família, e a igreja, cuidado.

DEUS TEM MAIS FÉ EM NÓS, DO QUE NÓS EM DEUS

Esses dias viralizou que um político durante um discurso numa tribuna falando mais ou menos assim: “Hoje eu quero homenagear o fulano, que de manhã, quando acordou, estava morto.”

A gente entende o que ele quis dizer, mas errou na colocação das palavras né? Quem morre não acorda, e quem acorda é porque não morreu.

E você acordou hoje?

Pois é, essa é a prova de que Deus tem fé em você, e te deu mais um dia.

A gente fixa muito em pensar na fé que os homens devem ter em Deus, mas esquece da fé que Deus tem nos homens.

Por isso, nossas primeiras palavras no dia devem ser de gratidão: “Deus obrigado por me acordar, por me devolver a lucidez. Se me acordou novamente é porque acredita em mim, então me ajude a não te decepcionar.”

Você ter acordado hoje é a convicção divina, que o mundo não poderia existir hoje sem você, então, vai lá, faça sua parte.

COISAS DURAM, PESSOAS EXISTEM

Esses dias estava num velório com uns amigos, e a gente conversa era sobre os moradores mais velhos aqui da cidade, e alguém soltou essa: “Nossa, e o fulano hein? Está durando né?”

Pensei sinceramente dizer que uma pessoa “durar” é no mínimo um menosprezo a vida. Coisas duram, pessoas existem.

Você pode até dizer: “Ah o motor do meu carro, o meu celular, minha geladeira, está durando bastante. Agora uma pessoa passou dos cem anos por exemplo, não tá só durando muito, ela viveu muito, sobreviveu aos impactos da vida, a sucessão de oportunidades, aproveitadas ou perdidas.

Acontece que infelizmente, existe sim, pessoas vivendo como se durassem.

Olha, um objeto durar, tudo bem, ele não tem vida, agora, nós, temos uma vida a disposição, e se contentar simplesmente em durar, é fazer dela pequena demais.

Acredite, vale a pena viver, e a sua convicção disso, de que viver vale a pena, faz isso ser verdade.

A CRUZ ERA SUA BARRABÁS…

O nome de Jesus e de Barrabás, têm a mesma origem, do hebraico, Jesus quer dizer: o Deus que salva, já Barrabás, significa, filho do Pai.

Agora preste atenção nisso. Quando se tinha a crucificação na época de Cristo, a cruz a ser usada pelo condenado, era feita sob medida para ele.

Veja então que já existia uma cruz pronta, preparada para Barrabás, ele era o condenado, mas como você sabe, o povo pediu que soltassem Barrabás, e crucificassem Jesus, então Jesus acabou usando a cruz que era de Barrabás, entendido até aqui?

Para reforçar isso, tem um estudo do Santo Sudário, que afirma que Jesus teve um deslocamento de 6 a 7 cm num dos ombros, provavelmente, pela força que os soldados fizeram para usar uma cruz fora das medidas Dele.

Agora voltando aos nomes: Jesus, o Deus que salva foi para cruz de Barrabás, o filho do Pai, ou seja, no lugar de cada filho do Pai.

E esses filhos, somos nós, a cruz era minha, era sua, a culpa era nossa, somos os Barrabás, filhos do Pai, e Jesus morreu na nossa cruz, no nosso lugar.

HERANÇA OU LEGADO?

Tem uma frase forte, que diz assim: “Os filhos que merecem uma herança normalmente não precisam, agora os filhos que precisam de herança, normalmente não merecem.”

Pois é, e cada vez mais, nós vemos pais se matando em horas extras, jornadas duplas, para deixar bens aos filhos, acontece que essas horas chamadas de extras, são as horas que faltam na companhia junto dos filhos, e normalmente aí, nesse ambiente, é onde crescem os filhos que não merecem heranças.

Pais que dão prioridade as heranças materiais, normalmente esquecem que o mais importante é deixar um legado.

São os mesmos pais que até se preocupam em deixar um mundo melhor para o filho, mas esquecem de deixar um filho melhor para o mundo.

Nenhuma herança é tão rica, e útil e mais necessária do que a honra, a honestidade, a dignidade.

Sem esses legados, provavelmente só crescerá o número de filhos brigando pelos bens de seus pais.

É a tal história, daquilo que os mortos deixam para os vivos, quase se matam de tanto brigar por eles.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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