SOBRIEDADE JÁ 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

DEIXE SEU FILHO COM UM POUCO MAIS DE SEDE 

Dizem que o pé de café tem uma raiz central que só cresce reto pra baixo, sempre procurando água e quanto menos água, mais ela cresce.

Agora vejam, se o pé de café for irrigado todo dia, e nunca lhe faltar água, a raiz não cresce, ela se acomoda. Agora se pararem com a irrigação artificial, como a raiz está rasa demais, ela não alcança água e morre. 

Hoje, principalmente os pais, estão irrigando demais os filhos, não deixam faltar nada, o risco é que ele não crescer e quando a vida cobrar, porque ela cobra, pode ser tarde pra perceber que eles não cresceram o suficiente pra se auto abastecerem, estão sem raízes, por isso cresce cada vez mais essa geração extremamente murcha. 

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão; pois o Senhor corrige aquele a quem ama, como o pai ao filho a quem quer bem.” — Provérbios 3,11-12

EU MERECO SIM 

Ah! eu mereço… muito cuidado, isso pode ser perigoso, e as pessoas vão tentar te convencer disso, desde a vizinhança até os livros de autoajuda. 

Então estive pensando: será que não foi exatamente isso que o filho pródigo pensou?   Mesmo com tudo do pai, deve ter pensado: ah eu mereço mais. Essa noção de merecimento inflacionado, normalmente vem de expectativas irreais, de comparações e principalmente de insatisfações pessoais mesmo. 

Que padrão de satisfação nós, os filhos pródigos de hoje estamos tendo? 

A maioria parece que continua focada na ausência e ignorando a presença?  

É hora de colocar a régua do merecimento no lugar certo. 

Lembra que o filho pródigo quando voltou, colocou a régua de merecimento dele lá embaixo, não se sentia digno nem de ser mais chamado de filho. Esse é um risco, se imaginar merecedor demais e depois ter que descer a régua bem abaixo do que já está hoje.

SABEDORIA É DESCOBRIR PROGRESSIVAMENTE A IGNORÂNCIA.  

Um filósofo francês disse: “Eu daria tudo que sei pela metade do que não sei.”
E Sócrates ainda completaria: “Só sei que nada sei.”
Tudo muito bonito, mas quando a gente ouve essas frases pensa logo na ciência, na vida em outros planetas e nos mistérios do universo, mas na verdade, o que mais ignoramos é sobre nós mesmos.
A verdadeira sabedoria não é colecionar certezas, mas descobrir, passo a passo, a própria ignorância.
Confunde-se, saber com deduzir, e disso nascem as teses mais absurdas, algumas até com ar de genialidade.

Porque não saber já é difícil, agora não saber que não se sabe, aí é trágico.

Descubra-se, reconheça seus limites, vá além do reflexo no espelho.

Jesus já alertava: “É de dentro do coração dos homens que procedem os maus pensamentos, a soberba e toda maldade.”

CONVICÇÃO OU COERÇÃO, A DUALIDADE DA ÉTICA.

Quer conhecer uma pessoa? De poder a ela, você já deve ter ouvido isso. 

E pode ter certeza, mais cedo ou mais tarde a vida vai colocar cada um numa cena capaz de revelar o verdadeiro caráter, seja dando poder ou até pela escassez mesmo. 

Dizem até que é a situação que faz o ladrão, bobagem, a situação faz o roubo, o ladrão já morava dentro da pessoa a tempo.

Quando se guarda a intenção de levar vantagem, de tirar proveito, basta uma brecha que a máscara cai.

Agora quando se tem dentro de si um pacto de integridade, de honestidade e de cristianismo, as circunstâncias podem apertar, que o caráter não se vende. 

Agora eu te pergunto, a sua ética, a sua honestidade, seu cristianismo são frutos de convicção ou sobrevivem moldados pelas circunstâncias, pelo olhar do outro, pelo medo de perder a pose? 

Autoconhecimento é isso, é saber se existe em você essa perigosa dualidade da ética, que oscila entre a convicção e a conveniência. 

“Sim, sim; não, não. O que passa disso vem do Maligno.” (Mateus 5,37)

CORDEIRO COM PELE DE LOBO

Você já percebeu como algumas pessoas parecem suaves, dóceis, quase inofensivas?
A gente conhece o ditado: “Fulano é um lobo em pele de cordeiro”. Ele fala daqueles que escondem garras atrás de sorrisos, predadores de boa aparência. 

Mas existe uma travessura ainda mais sutil: a pele de lobo não vem do lobo, mas é colocada sobre o cordeiro.

Sim, já viu isso?

Fofoquinhas viram tempestade, pequenos gestos viram suspeita e a inveja transforma o leve em pesado.

De repente, a bondade parece armadilha, e a boa vontade, ameaça.

Vivemos entre lobos e cordeiros. Não há sociedade só de luz, nem só de sombra.

E nunca o ditado “as aparências enganam” fez tanto sentido.

Há lobos em pele de cordeiro, sim. Mas também há cordeiros carregando pele de lobo,  e às vezes essa pele vem justamente de quem deveria ser amigo. 

Então, o que fazer?

Observar, discernir, separar a sombra da luz.

Nem toda sombra é lobo, nem toda luz é cordeiro.

E no final, o que resta é o que você decide reter como verdadeiro.

“Examinai tudo. Retende o bem.” – 1 Tessalonicenses 5,21

Por: Carlinhos Marques 

Presidente Fundador Instituto Novo Sinai, idealizador projeto “Sobriedade Já” 

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www.novosinai.org.br