SOBRIEDADE JÁ 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI - Foto: Reprodução

E SE EU DERRUBAR O FEIJÃO?

Imagina só, você, me convida para jantar em sua casa, e na hora que vou me servir, derrubo feijão, bem na sua toalha branca novinha, que você acabou de tirar do seu enxoval.

Na hora, você até sorri sem graça, mas me diz: “Ah, não foi nada! Fica tranquilo, isso acontece.”

Ok, agora vamos trocar o personagem: quem derruba o café agora é o seu marido, ou seu filho. 

Pronto, sua casa vira um tribunal, e de longe já se escuta: “Presta atenção, essa toalha é nova! Vai ter que esfregar até ficar branca de novo!”

Vai entender, sobra delicadeza com quem vem de fora, e tolerância zero com os de casa.

A tragédia não é o feijão na toalha, a tragédia é a falta de paciência e caridade no cardápio de casa, e assim minamos a base das nossas relações, seja na família, ou seja lá fora.

Efésios 4, 2-3 “Com mansidão e paciência, suportai-vos uns aos outros com caridade.” 

DAR A OUTRA FACE? MAS SE ELA JÁ APANHOU TAMBÉM?

Difícil dar a outra face né?

Principalmente quando as duas já apanharam.

Mas veja: Jesus não sugeriu que a gente virasse saco de pancada. 

Dar a outra face é a ousadia de ser gentil com quem não merece nem um bom-dia nosso.

É surpreender quem espera grito, um dedo na cara, mas recebe de nós, um silêncio que desmonta o ataque dele.

Acontece que, quem se recusa a dar a outra face geralmente revida, e aí começa o efeito dominó que acaba atingindo mais gente em volta, e aí, querendo proteger o seu rosto você acaba colocando outros na briga também. 

Como uma avalanche que começa pequena, a coisa cresce. 

Então aceitar, calar, vencer instintos, ou seja, dar a outra face, pode encerrar o começo de uma grande confusão.

Em Romanos 12,21: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem.”

E AÍ, É FÁCIL GOSTAR DE VOCÊ? 

Se te perguntassem: “É fácil gostar de você?” 

O que você diria?  

Pior que tem gente que se gaba: “Ah Sou difícil mesmo! Gênio forte, teimoso.” 

Parece que nós, muitas vezes dificultamos, meio que cobrando um pedágio emocional para deixar alguém se aproximar, e piora muito se alguém mais ousado disser: “Nossa, mas você é difícil hem?” 

A resposta está pronta: “Não estou nem aí para o que você pensa de mim.” 

Seria isso confiança, ou medo disfarçado?  

Não estou sugerindo aqui para se viver só de aprovação alheia, mas achar que ser intragável é um traço positivo de personalidade, está muito mais para orgulho do que confiança, e pode fazer que ninguém te queira por perto.

Provérbios 16,18: “A soberba precede a ruína, e o orgulho, a queda.” 

O MAL E A MENTIRA DEVERIAM SER A EXCEÇÃO 

Quando você conhece alguém, normalmente você já confia de cara?  

Então, tem gente que vive no modo: “todo mundo pra mim é culpado até que me prove o contrário” e depois reclama da solidão.

Vocês sabem que lido com muita gente machucada aqui no instituto, e quer saber, até para não machucar mais, não ferir mais, preferi imaginar que todos são bons, até que me convençam do contrário. 

Funciona? Nem sempre.  

Mas prefiro errar acreditando no bem, do que acertar comemorando o mal.

A verdade deveria ser regra, e não a surpresa.  

A bondade deveria ser a regra, e não a exceção que se admira.  

Numa relação, seja lá pessoal comercial, se você já começa duvidando, tende a virar uma paranoia, e olha, desconfiar de tudo e de todos, vai te levar a um modo muito solitário de existir. 

Em 1 Coríntios, Paulo diz: “A caridade é paciente, é benigna.” 

DEUS SE ESQUECEU… 

Uma senhorinha dizia com toda convicção: “Eu converso com Deus.”  

O padre tentava despistá-la, mas ela insistia, com aquela fé até meio irritante.  

Então o padre a mandou ela falar com bispo. O bispo, querendo encerrar o assunto, com um ar de ironia propôs: “Na próxima conversa com Deus, pergunte qual foi o meu último pecado.” 

Deve ter pensado, só eu sei, ela vai gaguejar e dizer qualquer bobagem.  

Dias depois, ela voltou: “Sr. Bispo, falei com Deus.”  

Ele perguntou, meio tenso e curioso e aí, ele te contou meu pecado?  

Ela sorriu: “Perguntei sim.”  

Mas ele respondeu: “Fala para o bispo que até o último pecado dele, eu já esqueci.” 

Gente, Deus não coleciona passado… Ele ensina, perdoa e esquece 

Hebreus 10,17 diz: “Eu não me lembrarei mais de seus pecados.”

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

Informações

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@carlinhosmarques_novosinai