
Ex-presidente iria participar de reuniões nos colegiados para aprovar moções de repúdio contra as medidas cautelares impostas pelo STF.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejava voltar à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22.jul), mas desistiu da agenda pelo risco de ser preso.
A mudança de planos se deu por decisão recente do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que alertou para a proibição de que ele use redes sociais ou tenha conteúdos publicados intencionalmente em perfis de terceiros. No despacho, Moraes advertiu que, caso não haja justificativa adequada, poderá decretar a prisão imediata do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro vai questionar essa decisão, com intuito de rever restrições ligadas a entrevistas. A expectativa é de que a proposta seja formalizada ainda nesta terça-feira.
Proibição de redes sociais
Além da decisão que proibiu o uso de redes, divulgada no início da tarde de segunda-feira, Moraes fez um alerta no fim do dia. O ministro cobrou que advogados do ex-presidente expliquem declarações feitas por ele, descumprindo o que ficou definido pelo STF.
A cobrança está ligada às declarações após uma reunião do PL, também na Câmara, no mesmo dia. Bolsonaro afirmou que a tornozeleira é um “símbolo máximo de humilhação”.
A saída do encontro foi marcada por tumulto e empurra-empurra. Uma mesa da Câmara quebrou durante a saída dele da Casa.
Medidas impostas a Jair Bolsonaro pelo STF
- Proibição de se ausentar da comarca onde reside, em Brasília;
- Uso de tornozeleira eletrônica monitorada 24h;
- Proibição de deixar a residência no período noturno, das 19h às 6h, e de sair de casa durante os finais de semana;
- Proibição de se aproximar e acessar quaisquer embaixadas ou consulados de países estrangeiros;
- Proibição de contato com investigados, embaixadores e quaisquer autoridades estrangeiras;
- Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por terceiros.