Santa Casa promove evento sobre Autismo

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Santa Casa promove evento sobre Autismo - Foto: Reprodução

Encontro de Famílias Atípicas aconteceu no Dia Mundial de Conscientização do Autismo e contou com palestras de especialistas.


Na última terça-feira (2.abr), a Santa Casa de Votuporanga comemorou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo com o 2° Encontro de Famílias Atípicas, um evento voltado a pessoas no espectro autista e suas redes de apoio. Intitulado “Cuidando de quem cuida”, o Encontro contou com cinco palestrantes, café da tarde e sorteio de brindes.

Fizeram parte da abertura o provedor da Santa Casa, Amaro Rodero; a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Votuporanga, Rose Seba; a secretária municipal de Saúde, Ivonete Felix;  o  coordenador de Saúde Mental, Reinaldo Carvalho; e  as enfermeiras e membros da comissão de organizadora, Mariani Rosa e Maraisa Batista Rodrigues.

Para abrir o evento com chave de ouro, uma participação surpresa foi orquestrada. Arthur Ataide, que é autista, ativista pelos direitos das pessoas autistas, diretor e fundador da Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas e estudante de Medicina na Universidade Metropolitana de Santos, compareceu de forma remota (através de uma chamada de vídeo). “É muito importante lutar pelos direitos das pessoas autistas. E mais importante ainda lutar para que cada pessoa com autismo seja vista como um indivíduo, com suas próprias necessidades. É por isso que eu sou o idealizador e redator da lei 17.759/2023, chamada Protocolo Individualizado de Avaliação, que procura ter um tratamento individualizado para os alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento, incluindo-se o Transtorno do Espectro Autista, nas instituições de ensino de todo o Estado” contou Arthur.

Em seguida, foi a vez da Dra. Jessica Scacalossi Goulart, psiquiatra da infância e adolescência, explicar sobre a abordagem da família com pessoas com espectro autista. “Todos precisamos de laços. Um bebê que não recebe interação é triste. Existe um ditado africano que fala que para criar uma criança é necessária toda uma aldeia e é essa premissa que precisamos seguir, principalmente com crianças atípicas”, contou a psiquiatra.

Após uma pausa para o café da tarde, patrocinado pelas empresas Nutri Pães, Cantinho do Bolo, e pela Unidade de Diálise e o voluntário Alvimar da Igreja Batista, a palestra foi em dose dupla com a Dra. Gabriela Araújo Tonelote e a psicóloga Elaine Rodrigues Fogaça. Elas discutiram sobre a saúde mental da família atípica. “Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”, explicou Dra. Gabriela, que inteirou “Junto com o diagnóstico de autismo, muitas vezes também pode vir a falta crônica de sono, o lidar com preconceito diário, o exigir direitos que são frequentemente negados. E principalmente, o carregar a sensação constante de que devia fazer melhor, mas não sabe como”, disse.

A última a falar foi a Dra. Ludmila Gomes Maia Santis, médica anestesista e mãe atípica há 18 anos, que compartilhou seu relato “A maternidade atípica é uma jornada de grande aprendizado, de enormes desafios, mas também de muito amor e carinho”, contou. Ludmilla se dirigiu aos presentes, contando um pouco mais sobre o impacto do momento do diagnóstico, como a mesma foi do luto à luta, a culpa e medos sentidos e como melhor acolher uma mãe ou responsável atípico.

Ao final, foram sorteados brindes para os participantes que possuem familiares no espectro autista. Os patrocinadores responsáveis por esse momento de carinho foram: Flor de Lis, Studio Raira Machado, Difafá, Bruno Monteiro Cabeleireiro, Espaço Ines Moreira, Dr. Fernando Carvalho Salgado, Lylu Brinquedos, Tati Cabral Nail Designer, CN Studio, Sorveteria Ski-Mel, Onix e a própria Dra. Gabriela Araújo Tonelote.