Profissional acompanha consultas, exames e até mesmo procedimentos, garantindo qualidade e humanização.
Empatia. Respeito. Comunicação. Diálogo. Entendimento. A Santa Casa de Votuporanga dá exemplo de inclusão social, com a atuação de intérprete de Libras para atendimentos de surdos.
A profissional atua nas consultas e exames agendados, no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e também no Hospital, incluindo Pronto Socorro. A intérprete de Libras, Tatiane Leão, auxilia na comunicação entre médico, colaboradores e pacientes com surdez.
A gestora do Cuidado, Dra Lara Galvani Greghi, ressaltou a ação da intérprete. “Garante a segurança do paciente surdo e que o atendimento de saúde será feito de forma eficaz, tendo como base um dos pilares do Sistema Único de Saúde, que é a equidade”, afirmou.
Ela ressaltou ainda que a pessoa com deficiência tem o direito de ser atendida como qualquer outra pessoa. “Acessar o tratamento em saúde de forma clara quebra a barreira da comunicação e permite o acesso amplo à saúde pública”, complementou.
Em um dos momentos marcantes, Tatiane acompanhou o nascimento de Miguel Douglas. O pequeno veio ao mundo, acompanhado da equipe médica, enfermeiros e de seu anjo da guarda, a intérprete de Libras.
Seus pais Jaqueline Pires Morais, de 22 anos, e Maikon Douglas Alves da Silva, de 27 anos, são surdos. O silêncio que permeia a vida deles foi rompido com a atuação de Tatiane durante todo pré-natal e, especialmente, na chegada do novo membro da família.
Ao descobrir do trabalho da intérprete no complexo Santa Casa, as esperanças surgiram. “Tudo mudou. Senti segurança, alívio e muita emoção em cada atendimento, em cada acompanhamento. Só posso agradecer pela presença da Tatiane em nossas vidas”, destacou Jaqueline.
Cada gesto, movimento da equipe. O diálogo. O esperado choro do recém-nascido. Tudo em Libras. “Meu trabalho é literalmente repassar o que está acontecendo ao redor. Explico o procedimento, até que finalize a cirurgia e a mamãe vá para a sala de recuperação. Eu aguardo ela acordar e fico em alerta, caso ocorra alguma intercorrência com a paciente”, explicou a intérprete.
No quarto, a intérprete fez companhia nos três dias de internação para que a mamãe tenha compreensão de sua saúde e de seu bebê. “Foi muito importante ela conosco, pois queremos saber de todo cuidado com nosso filho, tudo que se passa e eu puder aprender. A Santa Casa está de parabéns, eu, meu marido e os outros surdos seremos eternamente gratos”, enfatizou a mãe.
O provedor da Instituição, Luiz Fernando Góes Liévana, ressaltou a importância da profissional. “A Santa Casa preza muito pela humanização dos atendimentos. Ter uma intérprete de Libras à disposição do Complexo representa inclusão de um público, que dependia de familiares para os serviços. Mais do que isso, é o respeito pela cidadania, pela individualidade. Estamos muito felizes com este novo passo na acessibilidade à assistência, que faz a diferença na saúde e, principalmente, na vida do paciente”, finalizou.