A estratégia de Tarcísio é nacionalizar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para atrair voto do “bolsonarista raiz”.
O Republicanos oficializa no último sábado, em convenção nacional, a candidatura de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo. O evento contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta impulsionar a campanha do seu ex-ministro. A estratégia de Tarcísio é nacionalizar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para atrair voto do “bolsonarista raiz”.
Recentemente, Bolsonaro e Tarcísio estiveram juntos em eventos públicos em São Paulo. Em seus discursos, o presidente tem elogiado a performance do seu ex-ministro à frente da pasta da Infraestrutura. Apesar da alta rejeição do presidente, internamente avalia-se que os eleitores de Bolsonaro são fundamentais para que Tarcísio consiga chegar ao segundo turno.
O ex-ministro, no entanto, tenta se afastar dos discursos radicais do presidente, como a tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. Tarcísio tem dito que nunca foi radical e sempre manteve uma linha pragmática, alinhado à identidade do eleitor paulista.
Além da oficialização da candidatura ao governo, será formalizado apoio da legenda à reeleição de Bolsonaro e homologada a coligação “São Paulo pode mais”, que conta com os partidos PSD, PTB, PSC e PL em torno de Tarcísio. A chapa terá o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) como candidato a vice e o astronauta Marcos Pontes (PL) ao Senado. A suplência ainda está em aberto e há possibilidade de indicar um nome evangélico.
Histórico
Além de ter sido ministro da Infraestrutura no governo de Bolsonaro, Tarcísio atuou como diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), em 2011, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O ex-ministro também foi secretário da Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Nascido no Rio de Janeiro, a campanha do seu adversário Rodrigo Garcia (PSDB) criou o mote “paulista raiz” para criticá-lo por ser de fora de São Paulo.
De acordo com o último Datafolha estadual, divulgado no fim do mês passado, Tarcísio e Garcia estavam empatados com 13%. O candidato ao governo pelo PT, Fernando Haddad, aparecia na liderança, com 34%.