Preso por matar mãe e padrasto participou de ‘ritual’ em cemitério antes de cometer crime, diz polícia 

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Casal havia sido encontrado com sinais de espancamento em Araçatuba — Foto: Arquivo Pessoal

Delegado de Araçatuba explicou que o ritual foi feito para ceifar as vidas de Magali Cantarini Luz e Lourival Aparecido Poletti. Suspeito encomendou o assassinato da mãe e do padrasto após perceber que ritual não surtiu efeito.


O suspeito de matar a mãe e o padrasto a pauladas no bairro Jardim TV, em Araçatuba/SP, na madrugada de 14 de janeiro, participou de um “ritual” em um cemitério antes de cometer os assassinatos, apontou a investigação policial. O filho e um casal foram presos.

Segundo o delegado José Abonízio, Daniel Cantarini Sorrentino planejava cometer o crime contra a mãe Magali Cantarini Luz e o padrasto Lourival Aparecido Poletti desde fevereiro de 2022.

“O filho, a princípio, se envolveu com um suposto espiritualista, que passava certos rituais, como permanecer nu em cemitérios, para ceifar a vida do casal. Como isso não ocorreu, o filho contratou, no final de 2022, uma dupla para realizar a morte. Um dos contratados, à época, recebeu R$ 15 mil, mas não cumpriu com o combinado”, explicou. 

Ainda de acordo com o delegado, Daniel, insistindo na ideia de matar a mãe e o padrasto, pagou R$ 700 para outro homem participar dos assassinatos. Ainda conforme a investigação, o filho e o suspeito contratado usaram o cabo de um machado e um pedaço de pau para agredir as vítimas. 

“Nós realizamos rapidamente a captura do autor contratado pelo filho. Ele indicou a participação de uma mulher que entregou remédios sedativos para que o casal morresse ou ficasse dopado. Ela também daria o suporte de fuga quando os cadáveres fossem ocultados ou destruídos”, disse. 

Motivação 

Segundo o delegado, Daniel pode ter encomendado a morte da mãe e do padrasto por questões financeiras. 

“O filho alegou que as brigas constantes do casal motivaram o crime. O autor contratado disse que foi convencido a realizar a execução porque o casal não aceitava a orientação sexual do filho. Porém, a investigação chegou a detalhes de cunho financeiro. Percebemos que o autor contratado pensava que poderia ficar rico. Ele convenceu a autora intelectual que forneceu os medicamentos, dizendo que poderia receber de R$ 200 a R$ 400 mil”, contou. 

Ainda conforme o delegado, o suspeito que recebeu os R$ 700 para participar das mortes não soube explicar se os valores prometidos por Daniel sairiam da herança ou seguro de vida das vítimas. 

“O autor contratado nos relatou que o filho do casal queria a ocultação dos cadáveres com gasolina, porque receberia o seguro no valor do carro. Outro detalhe é que havia um seguro no nome Lourival, mas que ainda não estava em vigência. Era um valor baixo, R$ 36 mil, mas ainda não estava em vigência”, afirmou. 

Depois de 10 dias de investigações, a Polícia Civil de Araçatuba prendeu preventivamente o filho de Magali e enteado de Lourival, o homem que recebeu R$ 700 para participar da morte e a mulher suspeita de fornecer remédios para dopar as vítimas. 

As três pessoas foram indicadas por duplo homicídio triplamente qualificado. O inquérito finalizado na terça-feira (24.jan) foi encaminhado para o Ministério Público. 

*Com informações do g1