Polo de piscicultura da região de Santa Fé do Sul sente os efeitos da seca

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Em trechos onde a água tomava conta, o que se avista agora são afluentes. Esta quebra de ciclo terá reflexos na produção do ano que vem.

G1

Nos braços do Rio Panamá, a paisagem chama atenção. Em trechos onde a água tomava conta, o que se avista agora são afluentes, dando destaque para os galhos, para as trilhas formadas pela pouca água que restou e para o chão rachado por causa da estiagem.

Os primeiros tanques rede, que começaram a ser colocados na água há mais de 30 anos, estão em praticamente todos os municípios banhados pelos rios da região de Santa Fé do Sul (SP).

Em uma piscicultura localizada em Rubinéia (SP), são 140 tanques que produzem tilápia e mais da metade terá que ser trocada de lugar. Por causa da estiagem, o nível do rio baixou. Há um mês, a profundidade chegava a 12 metros, mas hoje não passa dos sete.

Para garantir a produção, as gaiolas estão sendo rebocadas para mais perto do canal, que fica cerca de 500 metros rio adentro, buscando garantir que os peixes fiquem a pelo menos dez metros de profundidade.

Nas margens da piscicultura, é possível ter uma noção do quanto a água recuou. Mas não é apenas a profundidade que preocupa os piscicultores. A decomposição do material que fica acumulado, aliada ao tradicional calor do noroeste, também pode trazer prejuízos à qualidade da água.

Em 2014, os criadores passaram pela mesma situação, e os tanques tiveram que ser rebocados para pontos mais fundos do rio, como aconteceu em uma piscicultura que produz peixes nativos, incluindo pacu e dourado.

Por isso, a profundidade nas gaiolas de engorda ainda não é problema, situação bem diferente dos tanques escavados. Um deles já deveria estar cheio d’água e com matrizes, mas o setor de reprodução teve que ser suspenso por causa da estiagem.

O laboratório que deveria produzir dez milhões em alevinos de peixes nativos nesta safra está parado. Esta é a quebra de um ciclo que terá reflexos na produção do ano que vem.