Ação investiga revenda de ouro obtido em garimpos ilegais de terras indígenas, que era revendido em SP.
A Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem (2) a operação Célula de Fizzer, que tem o objetivo de desarticular uma associação criminosa que estaria envolvida em um esquema de comércio ilegal de ouro oriundo da terra indígena Ianomâmi, que teria como destino compradores em São Paulo.
De acordo com material enviado à imprensa, os policiais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista (RR) e um no bairro Cristo Rei, em São José do Rio Preto (SP).
Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima, após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável do MPF.
GARIMPO ILEGAL
As investigações começaram em janeiro deste ano, quando um homem foi abordado pela PF no aeroporto em Boa Vista enquanto embarcava para São Paulo com meio quilo de ouro em forma de um cordão e um “pingente”.
O inquérito policial aponta que o suspeito, que atuaria informalmente também com a confecção de joias em Boa Vista, adquiriria ouro de garimpos ilegais localizados em terras indígenas e os revenderia em São Paulo, onde conseguiria valores mais altos pelo metal. As investigações indicam que as negociações chegariam a envolver dez quilos de ouro clandestino por vez.
Os alvos são suspeitos dos crimes de usurpação de bens da União e de associação criminosa, cujas penas podem chegar a oito anos, além de multa.
FIZZER
De acordo com a PF, o nome da operação faz referência a um processo eletroquímico de separação do ouro de outros elementos químicos, geralmente utilizado na reciclagem de sucatas metálicas, argumento geralmente utilizado como origem do ouro encontrado com envolvidos com extração ilegal de ouro.