Segundo a PF que cumpriu mandados em São José do Rio Preto/SP e Catanduva/SP, investigação apontou que lavagem de dinheiro ocorria por meio da extração e comércio ilegais de ouro no Estado do Tocantins.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal e Receita Federal nesta terça-feira (28.jun), em São José do Rio Preto/SP e Catanduva/SP, durante uma operação para coibir a lavagem de dinheiro por meio da extração e comércio ilegais de ouro.
Segundo a Polícia Federal, a Justiça Federal de São Paulo expediu 52 mandados de busca e apreensão para endereços relacionados aos líderes do grupo e principais intermediários atuantes na lavagem de ativos.
Além de São Paulo, os mandados da Operação Lavagem de Ouro também foram cumpridos no Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rondônia.
Foram apreendidos celulares, computadores, documentos relacionados ao comércio ilegal do material e ouro, ainda de acordo com a PF.
Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas de 40 investigados, no valor de até R$ 614 milhões. Participaram da ação 208 policiais federais e 14 auditores da Receita Federal.
Sobre a organização criminosa
De acordo com a Receita Federal, a organização é formada por empresas exportadoras, fornecedores e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, cujos sócios pertencem ao mesmo grupo familiar e já foram alvos de operações anteriores.
Emirados Árabes Unidos, Suíça, Turquia e Índia são os principais destinos do ouro exportado por duas empresas do grupo que, no período investigado, estão entre as maiores exportadoras do minério no país.
A Receita Federal identificou pessoa jurídica, objeto da presente investigação, como uma grande destinatária de notas fiscais emitidas por empresas de fachada. Há indícios de que as notas fiscais foram usadas para dar aparência legal à origem do ouro exportado.
Ainda segundo a Receita, durante a investigação, foram identificados indícios de fraude, como o uso de pessoas físicas falecidas há mais de 10 anos, indicadas nas notas fiscais como vendedores de ouro de supostas regiões de garimpo; pessoas que venderam milhões em ouro e receberam o Auxílio Emergencial; e a própria venda do ouro a empresas não autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
Os investigados poderão responder pelos crimes de usurpação de bem mineral da União, receptação qualificada, falsidade ideológica e organização criminosa, entre outros.
*Com informações do g1