PF e Receita Federal deflagram ação contra sonegação em créditos tributários na região 

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Agentes da PF e da Receita Federal realizam nesta quarta-feira (10) a 'Operação Quimera Fiscal' — Foto: Receita Federal/Divulgação

Empresas em Cosmorama/SP, Guapiaçu/SP e Neves Paulista/SP estão envolvidas com falsa consultoria que oferecia recuperação de créditos com documentos fraudulentos e lavava dinheiro.


A operação da Receita Federal realizada na manhã desta quarta-feira (10.set) em parceria com a Polícia Federal com objetivo de reunir novas provas contra uma estrutura de falsa consultoria tributária que teria causado prejuízo de mais de R$ 244 milhões aos cofres públicos também teve como alvo três empresas na região noroeste paulista.

A investigação aponta atuação de falsa consultoria que oferecia recuperação de créditos com documentos fraudulentos e realizava lavagem de dinheiro. Foram identificadas empresas participantes nas cidades abaixo:

  • Cosmorama/SP: valor das compensações indevidas: R$ 18.778,15
  • Guapiaçu/SP: valor das compensações indevidas: R$ 79.216,33
  • Neves Paulista/SP: valor das compensações indevidas: R$ 243.987,92

Esquema sofisticado

A Receita Federal informou ter identificado o esquema durante a análise de documentos da Operação Ornitorrinco, realizada em março de 2024.

A falsa consultoria alvo da operação oferecia aos contribuintes uma suposta “cessão” de créditos reconhecidos judicialmente contra a União e o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).

Esses créditos eram usados para justificar compensações tributárias, mas os documentos apresentados eram manipulados. Guias de Recolhimento da União (GRU) com valores irrisórios e números de referência ligados a ações judiciais eram utilizados para dar aparência de legalidade às operações.

A consultoria transmitia administrativamente os PER/DCOMPs, que têm efeitos imediatos, para extinguir tributos de forma fraudulenta. Pelo “serviço”, cobrava até 70% do valor dos impostos compensados, que eram usados na compra de imóveis no Brasil e no exterior, além de bens de luxo registrados em nome de empresas patrimoniais e pessoas interpostas.

Conforme a Receita Federal, o nome “Quimera Fiscal” da operação faz referência à criatura mitológica formada por partes de diferentes animais, símbolo de algo ilusório.

A operação investiga uma consultoria que misturava elementos reais com falsificações para criar uma aparência de legalidade em soluções tributárias fantasiosas.

*Com informações do g1