Perfil de internados é similar ao do início da pandemia, diz intensivista

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Stephanie Rizk, cardiologista e intensivista do InCor e da Rede D’Or, explica que após seis meses da 2ª dose, idosos já têm resposta imune reduzida.


Os idosos voltaram a ser maioria das internações por Covid-19 em hospitais privados de São Paulo, alerta Stephanie Rizk, cardiologista e intensivista do InCor e da Rede D’Or.

“Primeiro a gente via a característica do idoso internando, identificamos os grupos de risco: era um paciente hipertenso, com alguma doença crônica, os imunossuprimidos. Depois, ao longo dos meses, vimos mudar o padrão. Internava-se mais jovem, gente mais nova, morria-se também mais jovens”, explica Rizk sobre o começo da pandemia.

“Agora, a gente volta com um perfil um pouco similar ao início da pandemia. E o estranho é que todo mundo pode se perguntar: logo agora que a vacina está avançando?”, questiona.

Para essa pergunta, Rizk dá algumas respostas. Primeiro, há mais pessoas nas ruas e isso aumenta a circulação dos vírus em geral, chegando aos mais velhos. Estes, que já foram vacinados há mais tempo, e têm o sistema imune menos robusto, tendem a se contaminar e adoecer com mais facilidade.

“Os idosos, que já têm o sistema imunológico reduzido, mais vulnerável, após seis meses — porque agora em setembro a gente completa seis meses que os idosos tomaram a 2ª dose —, a gente vê uma redução dos anticorpos e da imunidade, deixando essa população mais vulnerável a internar e ao aumento no número de mortes também.”

Uma pesquisa do SindHosp aponta que 60% das internações em UTIs Covid é de pessoas acima de 70 anos, apesar de o índice de mortalidade tem caído.

Segundo Rizk, apesar de ainda não haver dados, o que preocupa é que a maioria dos pacientes já tomaram as duas doses da vacina. Dessa maneira, ela ressalta a importância de se discutir uma terceira dose ou dose de reforço, como foi impontada nos Estados Unidos.

“Vai começar nos próximos dias um estudo com 1.200 pacientes para receber uma dose extra ou da Coronavac, ou da Pfizer ou da AstraZeneca e mais uma para a gente fazer esse mix de vacina e ver se aumenta imunidade e se é realmente necessário uma dose de reforço nessa população específica de idosos e imunossuprimidos”, explica a especialista.

*Informações/cnnbrasil