Pai de motorista de aplicativo morta diz que filha era carinhosa e atenciosa: ‘Dor ainda é muito grande’ 

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Hortência Lourenço Dias foi encontrada morta em Olímpia — Foto: Arquivo pessoal

Hortência Loureço Dias, de 37 anos, foi encontrada morta com sinais de agressão, no bairro Campo Alegre, na manhã de quinta-feira (13), em Olímpia/SP. Dois homens foram presos e um adolescente apreendido suspeitos de participação no latrocínio.


Brincalhona, carinhosa, atenciosa e mãe. É assim que o pai da motorista de aplicativo assassinada e roubada define a filha. Hortência Loureço Dias, de 37 anos, foi encontrada morta com sinais de agressão, no bairro Campo Alegre, na manhã da última quinta-feira (13.out), em Olímpia/SP.

Dois homens foram presos temporariamente e um adolescente apreendido suspeitos de participação no latrocínio. A causa do óbito da vítima ainda não foi divulgada pelo IML (Instituto Médico Legal).

Ao g1, Hermenegildo Lourenço Dias, de 73 anos, contou que a filha exerceu a profissão de professora por dois anos em Severínia/SP. “Há cinco anos, ela deixou o magistério e se tornou motorista de aplicativo aqui em Olímpia”, disse o idoso.

No dia do crime, Hermenegildo soube que um corpo tinha sido encontrado em uma estrada rural. Ele é separado da mãe de Hortência há cerca de 20 anos, mas entrou em contato com ex-mulher para saber se a filha tinha retornado para a casa.

Logo depois, o idoso foi à delegacia para registrar o desaparecimento da motorista de aplicativo e descobriu que a polícia tinha conseguido identificar a vítima. “Fiquei pensando na brutalidade com que mataram minha filha. Fiquei indignado. O rosto ficou tão machucado que não foi possível fazer a maquiagem para esconder os hematomas no dia do velório”, conta.

Hermenegildo também contou que a filha fazia tratamento com um psiquiatra, pois sofria com depressão. “Ela sempre foi atenciosa comigo e com a mãe dela. Chamava de mãezinha, paizinho”, relembrou.

Hortência era mãe de um adolescente de 16 anos e de uma menina de 8. Os dois filhos da vítima estão sob cuidados da avó. “O menino está mais quieto, não fala muito. A menina ainda chama pela mãe. Vamos procurar ajuda psicológica. A gente fica mais aliviado com as prisões, mas a dor ainda é muito grande”, disse Hermenegildo.

Prisões

Dois homens foram presos temporariamente e um adolescente apreendido por envolvimento no crime.

De acordo com o delegado Rodrigo Souza Ferreira, o primeiro suspeito foi preso na tarde de sexta-feira (14), no bairro Jardim Pedregulho, em Pirangi/SP.

Em depoimento à Polícia Civil, o criminoso detalhou o latrocínio, indicou a participação dos comparsas e revelou que Hortência foi enforcada, agredida e golpeada com uma caneta.

Ainda segundo o delegado, os outros dois suspeitos de envolvimento no crime foram levados à delegacia na tarde de sábado (15).

Os maiores de idade foram encaminhados para cadeias da região de Olímpia. Já o adolescente foi levado para a Fundação Casa.

Depoimento

Em depoimento, o primeiro suspeito a ser preso confessou que entrou em contato com Hortência e solicitou uma corrida para o bairro Quinta das Aroeiras. 

Durante o trajeto, um dos criminosos aplicou um “mata-leão” na vítima e a puxou desmaiada para o banco traseiro do veículo. Em seguida, outro suspeito assumiu a direção do carro e seguiu para o bairro Campo Alegre. 

À polícia, o mesmo criminoso que confessou o crime também disse que Hortência foi agredida, jogada desacordada em uma vala e golpeada no pescoço com uma caneta. 

Logo depois, os três roubaram o carro da vítima com o objetivo de vendê-lo. O veículo foi encontrado abandonado em uma rua de Pirangi. A caneta foi apreendida para ser periciada. 

O corpo de Hortência foi enterrado na manhã de sexta-feira, no Cemitério de Olímpia, sob forte comoção. 

*Com informações do g1