
Segundo a sentença, crimes começaram em Penápolis/SP em 2009, quando a vítima tinha 13 anos, e duraram até 2014. Cabe recurso. Ouvido durante o processo, o sacerdote negou os crimes.
Um padre foi condenado a 26 anos e oito meses de prisão por cometer ao menos dez estupros contra um coroinha em Penápolis/SP. Segundo a sentença, os crimes começaram em 2009, quando a vítima tinha 13 anos, e duraram até 2014. Ele vai poder recorrer em liberdade.
Durante o processo, o padre Antônio de Souza Carvalho negou os crimes e disse que eram demonstrações de “carinho”. A reportagem tentou contato com a defesa do sacerdote após a condenação, mas não obteve retorno até a última atualização. A decisão foi proferida pelo juiz Vinicius Gonçalves Porto na última sexta-feira (22.ago).
Conforme a sentença, o sacerdote iniciou os abusos após a vítima se mudar da zona rural para a área urbana de Penápolis e passar a frequentar a Paróquia Sagrada Família, localizada no bairro Eldorado, junto com sua família.
Com o tempo, o menor passou a atuar como coroinha da igreja, quando começou a ser abusado pelo padre no carro durante os trajetos até as missas.
Durante o percurso, o padre passava as mãos nas pernas e nas partes íntimas do adolescente, além de dar beijos em seu pescoço, segundo a sentença. Os abusos ocorreram de 2009 a 2014.
Em uma das situações narradas pela vítima, o adolescente viajou com o padre para Limeira/SP, onde ambos dormiram no mesmo quarto e o padre novamente abusou dele.
Conforme relatos durante o processo, a vítima contou que não denunciava as agressões porque via o padre como um “Deus”. Todavia, passou a demonstrar comportamentos agressivos em casa e só revelou os abusos à igreja após completar a maioridade. Somente no ano passado é que a vítima denunciou o caso às autoridades.
A produção da TV TEM apurou que o padre está afastado das funções como sacerdote e que está morando atualmente em Lins, mas que ainda continua padre.
Em nota, a Diocese de Lins, responsável pela paróquia em Penápolis, confirmou que teve conhecimento da condenação, em primeira instância, e informou que o caso foi comunicado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma, que determinou a instauração de um Processo Penal Administrativo, ainda em curso.
“Como Pastor desta Igreja Particular, manifesto profunda dor diante desse acontecimento, reafirmando nosso compromisso com a verdade, a justiça e o cuidado com todos os envolvidos”, escreveu em nota o bispo da Diocese de Lins, Dom João Gilberto de Moura.
*Com informações do g1