Karen Vitória Mariano Pereira foi morta pelo namorado Givanildo Freitas dos Santos, de 43 anos, dentro de um apartamento em Araçatuba. O homem chegou a fazer live no momento que policiais estavam no apartamento; ele morreu baleado durante confronto.
A jovem de 19 anos que foi assassinada pelo namorado dentro de um apartamento na Vila Alba, em Araçatuba/SP, foi estuprada antes de morrer, conforme revelou a tia da vítima.
Karen Vitória Mariano Pereira foi morta por Givanildo Freitas dos Santos, de 43 anos, com uma facada no pescoço na madrugada do dia 19 de maio. O autor, que era dono de uma clínica terapêutica, morreu baleado durante confronto por policiais militares que foram até o apartamento para atender a ocorrência.
Em prints enviados à redação pela tia Shirlei Cristina Torelli Mariano é possível ver que Karen conversou com uma amiga. Segundo a parente, a troca de mensagens ocorreu antes de ela ser assassinada. Na conversa, Karen contou que foi enforcada e estuprada pelo namorado.
De acordo com Shirlei, entre idas e vindas, o casal estava junto há cerca de dois anos. A tia diz que Givanildo sempre agredia a jovem e que a família sempre a alertava, orientando para que ela se separasse e voltasse para casa em Lins/SP, onde mora a mãe.
“Ela foi para Marília/SP, na verdade, porque falou que ia fazer faculdade lá, já que aqui na cidade [Lins] não tinha. Mas nisso ela já namorava ele e estavam entre idas e vindas, por isso ia bastante para Araçatuba/SP”, diz.
“Da última vez que brigaram, ela foi embora porque tinha batido nela. Eu até aconselhei a não voltar porque ele já tinha feito isso uma vez, porém, ela dizia que tinha que perdoar. Quando eu vi, ela já estava na estrada indo para a casa dele. Foi bem assim, ela foi, passou umas duas, três semanas, e aconteceu isso”, conta.
Ainda conforme a tia, três dias antes do assassinato, a Karen chegou a mandar uma mensagem perguntando se estava tudo bem e falando que estava com saudades. Shirlei afirma que a voz dela estava um pouco triste e que achou estranha a situação.
A tia contou Givanildo tinha muito ciúmes da sobrinha e que toda vez que ela ia ver a família, ele ficava mandando mensagens. A jovem também não poderia ficar postando vídeos, que ele reclamava.
Quem era Karen
Segundo a tia, Karen era daquelas pessoas “mil e uma utilidades”. Ela trabalhava com a venda de bonecas reborn, fazia fotos para casamentos, maquiagem, fazia vídeos na internet. Além de tudo isso, tinha muita vontade de ser mãe.
“Ela era um amor de pessoa, por isso a gente está sentindo muito. Esse monstro tirou um dos amores da minha vida”, diz Shirlei.
Conforme a tia, a jovem engravidou uma vez, quando ainda era menor de idade, do primeiro namorado, mas perdeu. Depois disso, ela ficou chateada e com muita vontade de ter um filho, o que não aconteceu.
“Tem horas que a gente nem acredita. A família do Givanildo pediu perdão para minha irmã porque, quando fomos no Instituto Médico Legal (IML) estava todo mundo também. A irmã dele disse ‘me desculpa, eu não consegui chegar, tentei e foi tarde’”.
Feminicídio
Segundo o boletim de ocorrência, a equipe da PM encontrou a irmã de Givanildo, que contou que ele fez uma videochamada com ela, onde estava trancado no apartamento com a namorada Karen.
Os policiais foram ao local e encontraram Givanildo dentro do quarto. Neste momento, a equipe entendeu que ele estava com a jovem refém, mas percebeu que ela não respondia.
Givanildo se trancou com vários móveis e um colchão para impedir a passagem dos policiais, que conseguiram entrar no local. Na transmissão feita ao vivo nas redes sociais, onde o vídeo ficou publicado, o homem mostra o momento em que PMs estão no imóvel.
No vídeo, ele conversa com os policiais, que tentam convencer a redenção. Givanildo aparentava estar bastante alterado. Ainda nas imagens é possível ver manchas de sangue em um dos móveis. Nas redes sociais do homem também é possível ver várias postagens como “Gratidão por tudo!”, “Minha família amo vocês” e “Estou indo para a glória”.
Ao entrarem no quarto, a equipe encontrou Karen morta. O homem tentou reagir e tirar a arma de um dos PMs, mas acabou sendo baleado e também morreu no local.
Os policiais encontraram no apartamento a faca utilizada no crime e uma mochila com anabolizantes e uma porção de cocaína. O caso é investigado pela Polícia Civil como feminicídio.
*Com informações do g1