A vala não foi aberta pela igreja. Os moradores especulam que o buraco foi cavado por russos para esconder os assassinatos. Pelos menos 60 corpos ocupam a vala.
Uma igreja da cidade de Bucha está recebendo corpos de moradores após o massacre promovido por militares da Rússia, que deixou ao menos 300 mortos. A guerra na Ucrânia chega ao 41º dia.
Segundo o pastor Andriy Holovin, os moradores usam a vala de 13 metros para enterrar seus parentes e amigos já que os necrotérios e cemitérios de Bucha estão lotados. Ele concedeu uma entrevista ao jornal britânico The Telegraph.
A vala não foi aberta pela igreja. Os moradores especulam que o buraco foi cavado por russos para esconder os assassinatos. Pelos menos 60 corpos ocupam a vala.
O pastor Andriy Holovin de uma igreja em Bucha falou ao The Telegraph: “Trouxemos pessoas das ruas para cá porque os cães estavam tentando comer os corpos. O hospital aqui perto ficou sem espaço. Não havia espaço no necrotério”.
O pastor lamentou que a paróquia não tenha identificado a maioria dos corpos e, portanto, não possa sepultá-los. Alguns estão enrolados em sacos pretos, outros sob a areia com as roupas que usavam quando morreram.
“Muitos parentes estão procurando por seus familiares, mas não conseguimos ver muitos rostos devido aos ferimentos.”
Holovin acrescentou que espera que algum dia a igreja possa construir um monumento em homenagem aos que morreram no massacre.
A Rússia nega que tenha cometido os assassinatos e, segundo seu Ministério da Defesa, a Ucrânia faz “filmagem encenada de civis supostamente mortos pelas ações violentas dos russos”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que o número total de vítimas em Bucha provavelmente aumentará à medida que toda a cidade for verificada, assim como em outras cidades libertadas.
A Ucrânia diz que corpos de civis torturados também foram encontrados em Konotop, a cerca de 260 quilômetros a leste de Kiev, após a retirada russa.
Hoje, em entrevista a jornalistas ucranianos, Zelensky avaliou como um “desafio” as negociações com a Rússia após o massacre em Bucha. Para ele, “cada tragédia, cada Bucha” vai pesar nas negociações.
*Informações/uol
