Empresa afirma que possui diversas ações de prevenção antes mesmo do início da pandemia. Guarani D´Oeste também adotou medidas de restrição, já que oito funcionários do frigorífico moram no município e testaram positivo para coronavírus.
A Promotoria de Justiça de Estrela D’Oeste (SP) recomendou para que a prefeitura e um frigorífico do município adotem medidas de proteção dos funcionários do estabelecimento durante a pandemia de Covid-19.
A recomendação foi expedida depois de trabalhadores da empresa, maior empregadora da região, testarem positivo para o novo coronavírus. Ao menos oito funcionários estão infectados.
De acordo com a ação do MPSP, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), o frigorífico precisará fazer testes de detecção de coronavírus, com frequência mínima semanal, de todos os empregados da unidade de Estrela D’Oeste, realizando o imediato afastamento e isolamento social daqueles que testarem positivo.
Guarani D´Oeste publica decreto com novas restrições para atividades econômicas
Os funcionários que tiverem parentes infectados pelo coronavírus deverão permanecer isolados por, no mínimo, 14 dias. A necessidade de desinfecção sanitária, com frequência diária de todas as instalações que tenham acesso de funcionários, também é tratada na recomendação.
A reorganização dos horários e fluxos de trabalhadores para evitar aglomeração de pessoas e a permissão para trabalho remoto quando possível também constam nas recomendações feitas pelo MPSP e o MPF.
Ao município de Estrela D´Oeste, foi pedido que intensifique as atividades fiscalizatórias, com frequência mínima semanal, no frigorífico, verificando cumprimento das normas que disciplinam as medidas necessárias para o combate ao coronavírus.
Caso a empresa não faça testes semanais com os empregados, a prefeitura foi orientada a interditar seu funcionamento.
Reflexo em Guarani D´Oeste
Guarani D´Oeste (SP), município localizado a cerca de 40 quilômetros de distância de Estrela D´Oeste, decidiu publicar um novo decreto com medidas para evitar novos contágios do coronavírus.
Dos nove casos positivos de Covid-19 registrados na cidade até a manhã desta quinta-feira (18), oito são de funcionários do frigorífico de Estrela D´Oeste. O outro é de uma profissional da saúde.
Por este motivo, a cidade também testou um grupo de 20 trabalhadores que atuam no estabelecimento, mas moram em Guarani D´Oeste.
De acordo com o decreto, a abertura do comércio em geral está proibida e moradores não podem mais entrar em padarias e lanchonetes. Os estabelecimentos devem atender somente em sistema delivery.
O documento prevê o fechamento temporário dos salões de festas, campos de futebol, a suspensão da realização de feiras livres promovidas às sextas-feiras e a proibição do funcionamento de bares, lanchonetes, salões de beleza e similares.
Aglomerações em locais públicos e nas residências estão proibidas. Cultos, celebrações e rituais estão suspensos. O transporte público utilizado para trabalhadores funcionará enquanto não surgir nenhum caso suspeito de Covid-19.
O comércio ambulante em todo território do município está proibido. A entrada de pessoas no velório municipal e em órgãos públicos que prestam atendimento à população está limitada.
Fica limitado o acesso de pessoas e afins a no máximo 20% da capacidade prevista no alvará de funcionamento, restringindo-se aglomerações superiores a 10 pessoas, impondo-se a distância de o mínimo um metro entre elas para o comércio essencial.
Segundo o decreto, uma barreira sanitária foi instalada na Avenida Montilha Curiel para aferição de temperatura e divulgação de informações. O trânsito na vicinal João Moreira dos Santos foi suspenso.
Os estabelecimentos autorizados a funcionarem devem respeitar às seguintes normas de higienização em geral:
Disponibilizar álcool em gel 70%;
Disponibilizar toalhas de papel descartável;
Locais com acesso disponibilizarão informações sanitárias visíveis sobre higienização das mãos e indicarão onde é possível realiza-la;
Os banheiros públicos e os privados deverão disponibilizar sabão e devem se higienizados em intervalos de três horas;
Durante o período em que o órgão, repartição ou estabelecimento não estiver funcionando, fica suspensa a periodicidade prevista;
Ficam fechados os banheiros públicos que não desmobilizarem sabonete.
O que diz o frigorífico
O grupo Frigoestrela afirmou que, além do controle e auditoria constante feita por autoridades sanitárias, desenvolveu medidas próprias de combate à Covid-19, algumas delas pioneiras na região, pelo menos 60 dias antes do primeiro caso relatado no município.
A empresa diz que implantou turno de seis horas, instauração de comitê de combate à Covid-19, aferição de temperatura de qualquer um que entre nas dependências da empresa, intensificação de higienização e sanitização da fábrica, aspersão de sanitizantes em ruas, calçadas e pátios da empresa e instalação de ‘dispensers’ de álcool em gel em todas as áreas de circulação de pessoas.
O grupo também informou que está afastando todas as pessoas que fazem parte do grupo de risco, criando informativos com orientações preventivas, informativos de uso correto de Equipamento de Segurança Individual (EPI), implantado home-office, adequando o refeitório com divisórias de acrílico para separação individual e assepsia de superfícies de contato e barreira sanitizante para calçados.
A implantação de túnel de nebulização de sanitizante, o uso obrigatório de máscara, a presença de segurança a fim de evitar aglomerações, a aplicação de sanitizantes em veículos que adentram a empresa, a redução da produção para aumentar o espaçamento entre funcionários (mínimo de 1,5 metros), a substituição de máscaras pelo menos a cada 3 horas, a proibição de entrar na empresas com sintomas do novo coronavírus e contratação de profissionais de saúde também foi implantada pelo grupo Frigoestrela.
Por fim, a empresa salientou que “se esforça para manter o compromisso com a saúde de todos os colaboradores no enfrentamento desta nova doença que aflige o mundo e está atento a qualquer novidade de combate ao vírus, bem como ansioso por novas orientações das autoridades sanitárias para o fim da pandemia, assegurando assim o funcionamento do serviço essencial que a empresa provém”. (G1)