Memorial de Nhandeara – ‘Nhande-Jara’ – uma das maiores produtoras de algodão por hectare do mundo

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Histórico –

A ORIGEM

Na segunda metade do século XIX, adentraram a essa região os pioneiros, antes de mais nada uns sonhadores, com o espírito de desbravar as matas, cultivar o solo, e fazer dessa região o seu novo lar. A primeira família a radicar-se na região, mais precisamente no Bonsucesso, foi à família Silveira, (Antônio Alves da Silveira, Isabel Cândida da Conceição e filhos), que aqui chegou através de Tanabi e Cosmorama. No início do século XX, outras famílias para cá vieram com o objetivo de aqui fixar-se e fazer destas terras o berço de si e de seus filhos, que ficaram afixados nos seguintes locais Fazenda Ponte Nova (família Longo e Lindolfo), Córrego da Onça (família Boschília, Sebastião Isidoro e José Cândido), Fazenda Mato Grosso (família Romano e Franco). Córrego do Martins, (Manoel Bento, Antônio Bento e José Eugênio), Fazenda dos Portugueses (João Batista Ramos), Fazenda Santa Helena, (Nahar Soubhia) e no Centro da Região (Manoel Ricardo de Lima, Capitão Diogo de Faria, Antônio Valentim, Fermino Martins, Zé Biato, Joaquim Salviano, Joaquim Fernandes de Melo, Antônio de Paula Peres, Indalécio Ayub) o Bandalé.

FUNDAÇÃO DO POVOADO

Joaquim Fernandes de Melo, mais conhecido por Joaquim Salviano, líder dos pioneiros e acostumado com trabalho de comerciante, troca ideias com eles a respeito da fundação de uma Vila. Num Domingo, durante o almoço, chegou à sede de sua fazenda um morador das cercanias, Procópio Davidoff, a quem Joaquim Salviano disse: vou fundar uma Vila no alto do espigão! Amadurecida a ideia, e com a ajuda dos amigos (Antônio Bento de Oliveira, Procópio Davidoff, João Batista do Nascimento, dentre muitos outros), num domingo, dia 24 de junho de 1928, após ter sido rezada a primeira missa, ergueu-se um Cruzeiro, que foi lavrado a machado por Manoel Evaristo e José Bento: estava fundada Nhandeara, cujo nome foi SÃO JOÃO DO PARAÍSO, pois, para Procópio Davidoff, “esse lugar era um verdadeiro paraíso”. O nome da Vila foi registrado imediatamente num pedaço de madeira, lavrada a machado e colocada no local do evento, (hoje Praça Joaquim Fernandes de Melo). Incontinente processou-se a demarcação e o arruamento da vila. Joaquim Salviano loteou o terreno e fez doação do local, onde se erguia o cruzeiro, para que fosse construída uma capela. Com a abertura da estrada linha, ligando São José do Rio Preto e Salto de Itapura, feita por Feliciano Sales Cunha, no povoado, foram surgindo novas casas uma após outra, dando forma à Vila. Em determinados trechos dessa estrada existiam porteiras onde se cobrava pedágio para o uso das mesmas. Essa estrada serviu de ligação entre os proprietários da região e também para trazer novas famílias, entre as quais a família Breseghello, José Camilo Ramalho (1º Juiz de Paz), José de Paula da Silveira (1ª pessoa nascida na, região), Dr. Adherbal Vilalva Ribeiro, Ângelo Rossignoli e W. Sundfeld. Graças ao solo fértil (pois as terras eram virgens) e a luta do bravo povo aqui radicado, a vila foi crescendo rapidamente. Com a população proibida de plantar café (crise de 1930/1932), dedicou-se ao plantio de algodão, transformando a região numa das maiores produtoras de algodão do mundo (por hectare).

 

CRIAÇÃO DO DISTRITO

Com a evolução econômica populacional, sentiu se a necessidade de lutar para que a vila se transformasse em Distrito, o que ocorreu pelo Decreto Lei nº 7.032, de 25 de março de 1935, instalado em 11 de maio de 1935, já com o nome de NHANDEJARA. Com o contínuo crescimento do distrito, a grande produção agrícola e com o enriquecimento de diversas famílias, houve o investimento na indústria, principalmente de beneficiamento de algodão (firma Anderson Clayton, Próxima a EEPG Pedro Pedrosa e Soubhia Ltda). O distrito foi enriquecido com escola estadual, pensões, hotéis, médicos, farmácias, advogados e agrônomos.

ORIGEM DO NOME

Quando da criação do Distrito de Paz da Vila São João, advogava em Monte Aprazível o Dr. Fábio Barbosa de Lima e seu colega Dr. Antônio Tavares de Almeida, que como político, havia solicitado a criação do distrito. O amigo Dr. Tavares pediu ao Dr. Fábio Barbosa de Lima que lhe sugerisse um nome. Como este acabara de ler Viagens a Mato Grosso de Visconde Taunay, entre inúmeros vocábulos encontrou NHANDEJARA. Apresentou este nome sugerindo ainda que se formasse uma só palavra. Assim em vez de NHANDE-JARA, escrevia se NHANDEJARA. O Dr. Tavares aceitou a sugestão o foi criado o Distrito de Paz de Nhandejara. O povo, na sua faina de modificar as palavras, absorveu o J da palavra NHANDEJARA e passou a pronunciar de um modo mais fácil NHANDEARA. O equívoco continuou até a ocasião do município, tomando-se oficial o nome Nhandeara. A palavra Nhande-jara ou Nhande-iara é de origem guarani. NHANDE significa NOSSO, JARA significa SENHOR, portanto, NHANDE-JARA ou NHANDEARA, significa NOSSO SENHOR.

CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO

O crescimento de Nhandeara foi de tal tamanho e rápido, que o Governo do Estado e da União só poderiam elevá-la à categoria de Município. E de fato isso se deu através do Decreto Lei Estadual nº 14.334 de 30 de Novembro de 1.944. Sua instalação verificou se em 1° de Janeiro de 1.945. Nhandeara passou a ser um novo município de São Paulo, desligando-se de Monte Aprazível. A população de Nhandeara viu assim realizada seu sonho, sua justa aspiração. No entanto, Joaquim Salviano, fundador da Vila, não teve a felicidade de contemplar o apogeu de seu ideal, por ter falecido alguns meses antes: 19 de agosto de 1944, sábado, às 11 horas, de tuberculose crônica na laringe. Em 29 de Janeiro de 1955 foi instalada a Comarca de Nhandeara, criada pela Lei nº 2.456, de 30 de Dezembro de 1.953. Nhandeara é sede de Comarca dos seguintes municípios: Nova Luzitânia, Gastão Vidigal, Floreal, Magda e Monções.

Gentílico: Nhandearense

GALERIA DE PREFEITOS

 

Adherbal Villalva Ribeiro – 01/01/1945 à 13/08/1945; 03/01/1946 à 01/03/1946 e 20/07/1946 à 28/04/1947

Oscar Cassiano da Silveira – 14/08/1945 à 03/11/1945

Francisco Laurito – 04/11/1945 à 02/01/1946

Mário Aléssio Ferrarini – 02/03/1946 à 28/03/1946

Seraphim Magrini         – 29/06/1946 à 19/07/1946

Dorival Costa – 28/04/1947 à 31/12/1948

Pedro Borges da Silva – 01/01/1948 à 31/12/1951

Pedro Pedrosa – 01/01/1952 à 31/12/1955

Carlos Soubhia – 01/01/1960 à 24/10/1961

Mauro Abbas Casseb – 02/01/1960 à 31/12/1963 e 21/05/1962 à 31/12/1963

Antônio Bento de Oliveira – 25/10/1961 à 20/05/1962

Antônio Belchior da Silveira –         01/01/1964 à 31/01/1969 e 01/02/1983 à 31/12/1988

Octaviano Cardoso Filho       – 01/02/1969 à 31/01/1973 e 01/02/1977 à 17/11/1980

Adilson Carlos dos Reis – 01/02/1973 à 31/01/1977

Antônio Rocco – 18/11/1980 à 31/01/1983

Juraci Alves Domingues         – 01/01/1989 à 31/12/1992

Carlos Soubhia – 01/01/1993 à 31/12/1996

Oédina Aparecida da Silva Collósio – 01/01/1997 à 30/07/1998

Nilson Antônio da Silveira – 31/07/1998 à 31/12/2000 e 01/01/2001 à 31/12/2004

Nelson Magalhães Neves – 01/01/2005 à 31/12/2008

Ozínio Odilon da Silveira – 01/01/2009 à 31/12/2012 e 01/01/2013 à 31/12/2016

José Adalto Borini        – 01/01/2017 à 31/12/2020

OBS.: O Sr. Adherbal Villalva Ribeiro, foi o primeiro Prefeito de Nhandeara.

  • Fonte (Memorial dos Municípios)