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Empresário tem usado suas redes sociais para repudiar o projeto, classificando-o como desnecessário para a população e para os cofres do município em momento de crise financeira e epidemia de Dengue.
Jociano Garofolo
jornalista – @jocianogarofolo
O empresário votuporanguense Dalbert Mega, ex-candidato a prefeito pelo PRD em 2024 e uma das principais lideranças políticas autodeclaradas de Direita, tem se manifestado com veemência contra o Projeto de Lei Complementar Nº 1 de 2025. De autoria do prefeito Jorge Seba, a proposta prevê a criação de 25 novos cargos comissionados e funções de confiança na Administração Municipal, incluindo a instituição de uma Secretaria de Bem-estar Animal, o que, segundo críticos, representa um inchaço desnecessário da máquina pública e um peso adicional ao orçamento municipal.
Dalbert Mega tem usado suas redes sociais para repudiar o projeto, apelidando-o de “Pacotão de Cargos” e classificando-o como um desrespeito à população que enfrenta dificuldades financeiras, além de lidar com uma epidemia de dengue. Segundo ele, a iniciativa vai na contramão do que realmente é necessário para o município, sobrecarregando os cofres públicos com gastos que ultrapassam R$7 milhões ao longo de três anos.
“Se tivéssemos vencido a eleição, nossa proposta era reduzir de 17 para 12 secretarias. Em vez de aumentar despesas, estaríamos promovendo um enxugamento da máquina pública para aliviar a carga tributária sobre os cidadãos. O dinheiro público precisa ser utilizado com responsabilidade, priorizando saúde, segurança e educação, e não para criar mais cargos políticos. A Secretaria de Bem-estar Animal, por exemplo, é desnecessária, pois já contamos com a CPVA, um hospital veterinário e uma clínica PET. O problema real não é a falta de uma secretaria, mas sim a ausência de incentivos aos protetores de animais, que realizam um trabalho essencial com recursos próprios”, argumentou Dalbert Mega.
Os detalhes do projeto e seu impacto financeiro
A votação do Projeto de Lei Complementar Nº 1 de 2025 está prevista para a próxima sessão legislativa e promete mobilizar a Câmara Municipal e a opinião pública. A proposta busca ampliar a estrutura administrativa com a criação de novos cargos comissionados e funções de confiança.
O impacto financeiro da medida será significativo: em 2025, os gastos com as novas contratações chegarão a R$ 2.010.014,94; em 2026, subirão para R$ 2.396.724,12; e, em 2027, alcançarão R$ 2.493.312,10, totalizando R$ 6.900.050,00.
Os cargos previstos incluem:
- 5 Chefes de Departamento (R$ 7.640,29 cada);
- 6 Chefes de Divisão (R$ 5.620,95 cada);
- 2 Assessores de Gestão (R$ 9.656,39 cada);
- 1 Coordenador de Proteção e Defesa do Consumidor (R$ 9.656,39);
- 2 Assistentes de Gestão (R$ 9.656,39 cada);
- 1 Assistente de Gestão de Mobilidade Urbana, Trânsito, Transporte e Segurança (R$ 9.656,39);
- 6 Assessores de Gabinete IV (R$ 8.539,95 cada);
- 1 Coordenador do Controle Interno (R$ 13.154,22);
- 1 Assessor de Gabinete (R$ 5.748,93);
- 1 Secretário de Bem-estar Animal (R$13.090,00).
A polêmica e o embate político
A proposta tem gerado um intenso debate entre os munícipes. De um lado, apoiadores da administração municipal alegam que os novos cargos são essenciais para modernizar a gestão e tornar os serviços mais eficientes. De outro, críticos como Dalbert Mega, setores da oposição e grande parte da população questionam a necessidade e a oportunidade de expandir a máquina pública em um momento de dificuldades econômicas.
“Criar cargos com salários elevados em um momento em que muitas famílias estão lutando para pagar suas contas é um tapa na cara da população. O dinheiro do contribuinte precisa ser respeitado. A prefeitura deveria buscar eficiência, reduzir despesas e investir no que realmente importa: saúde, segurança e infraestrutura”, enfatizou Mega.
A expectativa é que a próxima sessão legislativa seja marcada por uma grande participação popular, com protestos e manifestações de ambos os lados. O resultado da votação será decisivo para o futuro da administração municipal e servirá como um termômetro das prioridades da atual gestão.