Médico alerta para o aumento dos casos de dengue em Votuporanga 

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Foto: Reprodução

Dr. Ernesto Hoffmann ressaltou sintomas, diferenças com a COVID-19 e tratamento.


Votuporanga está em risco de epidemia de dengue. O dado alarmante foi apontado pelo Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (Lira), após o município ter atingido a nota de 4.8. 

E, com o aumento de casos, o número de atendimentos também cresce. O médico da Família e Comunidade do SanSaúde, Dr. Ernesto Hoffmann, ressaltou sintomas e diferenças com a COVID-19. 

Dr. Ernesto contou que os principais sinais da dengue são: febre alta (maior que 38,5ºC) de início súbito, dores musculares, dor de cabeça, atrás dos olhos, mal-estar, náuseas, vômitos, fadiga e perda de apetite. “Também podem aparecer manchas avermelhadas no corpo, dores nas articulações e diarreia”, disse. 

Sobre sua diferença com Coronavírus, ele explicou que toda doença viral pode ter um início muito semelhante. “Febre alta, dor de cabeça, mal-estar e fadiga, além da diarreia são sintomas que podem aparecer tanto na dengue quanto na COVID-19, entre outras infecções. Porém, o Coronavírus acrescenta tosse, dor de garganta ou mesmo a perda de paladar e olfato, característico da patologia”, complementou. 

O atendimento médico deve ser buscado nos primeiros sinais. “Para a melhora do quadro, é muito importante a hidratação, com a quantidade correta de líquido e a forma de ser ingerida (dando preferência ao uso de soro de reidratação oral nas primeiras horas do dia), bem como as condutas a serem tomadas. Devemos notificar o caso suspeito, com solicitação de exame de confirmação e avaliações de acompanhamento”, disse. 

Além da hidratação, medicações serão direcionadas para os sintomas que vierem a se apresentar, prescritas conforme a necessidade do paciente. 

Complicações 

Dr. Ernesto explicou que existem complicações para a dengue, sendo a principal a Febre Hemorrágica da Dengue ou Dengue Hemorrágica. “Há o comprometimento da coagulação sanguínea. Normalmente, surge após os primeiros sete dias da doença (justamente quando o paciente começa a se sentir melhor) e pode ser identificada através de manchas roxas na pele, sangramentos espontâneos ou dor de barriga de forte intensidade”, esclareceu. 

Há também outras patologias associadas como a desidratação grave, alterações hepáticas, problemas neurológicos como a Síndrome de Guillain-Barré, e eventualmente complicações pulmonares, como o derrame pleural; ou cardíacas, como no caso da miocardite. 

Prevenção 

O médico ressaltou que a prevenção depende (e muito) da conscientização de cada uma das pessoas. “A melhor forma é evitar a reprodução do mosquito vetor. Por isso, é fundamental evitar água parada nos quintais de nossas casas. Medidas preventivas continuarão sendo necessárias para se evitar a transmissão desta doença que se configura num grave problema de saúde pública”, finalizou. 

Dados atuais da Vigilância Epidemiológica informam que, até sexta-feira (4/3), foram registrados 1.230 casos confirmados de dengue, outros 737 estão aguardando resultado e nenhum óbito. Em 2021, o município anotou 1.090 casos da doença e óbito de dois homens, de 36 e 76 anos, ambos com comorbidades.