Caso aconteceu na quarta-feira (4), em São José do Rio Preto/SP. Profissional teria apertado braço da criança durante perícia para família conseguir Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A mulher de 33 anos que prestou queixa na polícia alegando que o filho autista foi agredido por um médico durante perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de São José do Rio Preto/SP afirmou que o profissional foi grosseiro desde o início da consulta.
“Nós entramos na sala, e o médico nem me cumprimentou. Ele só olhou para a minha cara e perguntou o que queríamos. Foi muito grosseiro”, contou Paloma Gonçalves Brito de Freitas.
A mãe registrou boletim de ocorrência na última quarta-feira (2). A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a denúncia de agressão contra a criança de 2 anos. A Subsecretaria da Perícia Médica Federal lamentou a situação.
De acordo com Paloma Freitas, o filho necessita de diversos tratamentos e acompanhamentos, cujos valores são extremamente elevados.
Sem condições financeiras de pagar pelos tratamentos, a mãe conseguiu a documentação necessária e marcou uma perícia no Instituto Nacional do Seguro Social para o filho conseguir o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Chegamos no horário marcado. O médico nem me deu bom dia e me perguntou como sabíamos que meu filho era autista. Apresentei os laudos e expliquei que meu filho tinha sido diagnosticado com autismo por conta dos traços que apresentava”, disse a mãe.
Segundo Paloma, o médico solicitou que o menino fosse colocado no chão para que uma interação fosse realizada, sendo que a criança não gosta de contato físico.
“Meu filho viu uma ficha em cima da mesa e pegou. O médico grudou no braço do meu filho e começou a apertar e a chacoalhar. Pedi para o médico soltar e vi as marcas vermelhas que ficaram”, contou a mãe.
Por conta da situação, a criança ficou nervosa, entrou em crise e começou a gritar dentro do consultório, o que fez com o médico ficasse ainda mais sem paciência e mandasse a mãe e o filho para fora do consultório.
A mãe questionou como o médico faria o relatório do Benefício de Prestação Continuada e deixou o consultório indignada com o que tinha acontecido.
“Fui para fazer o benefício e voltei para casa sem nada. Nunca me senti tão mal na minha vida. Vi o desespero nos olhos do meu filho, mas não podia fazer nada”, contou Paloma.
Conforme Paloma, o filho foi levado à Santa Casa para receber atendimento médico e fez um exame de raio X, cujo resultado descartou fraturas.
“Fui na delegacia para prestar depoimento sobre o caso. O médico deve ser intimado. Só quero que tudo seja resolvido”, explicou.
Além de lamentar a situação, a Subsecretaria da Perícia Médica Federal confirmou que o servidor faz parte do quadro da Perícia Médica Federal.
“Garantimos que o relato será apurado com rigor. A Corregedoria do Ministério do Trabalho e Previdência deve instaurar um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Se as acusações forem confirmadas, além do afastamento das funções, o servidor poderá ser demitido do serviço público. O Ministério está à disposição para colaborar com as investigações”, diz outro trecho da nota.
*Informações/g1