Presidente prometeu ressarcimento a aposentados, reconheceu impacto negativo na popularidade e defendeu regulação das redes sociais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que causaram descontos indevidos a aposentados e abalaram a imagem do governo, começaram ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Em entrevista ao podcast Mano a Mano, Lula disse que foi sua própria administração quem descobriu o que chamou de “maracutaia” herdada da gestão anterior.
Segundo investigações da Polícia Federal, os esquemas começaram no governo anterior, mas os efeitos financeiros mais expressivos passaram a ser sentidos em 2023, já na atual administração. O presidente prometeu ressarcir os aposentados prejudicados, mas admitiu que o custo, ao menos no início, sairá dos cofres públicos: ‘Quem vai pagar é o povo, porque o dinheiro é do Estado’, afirmou.
Lula reconheceu que o escândalo contribuiu para a queda na popularidade do governo, mas atribuiu parte da responsabilidade à própria comunicação da gestão federal: “A gente não comunicou corretamente. Se a pessoa não sabe, não tem por que aprovar o governo”, disse.
Ele também destacou que a descoberta da fraude ocorreu dentro do próprio governo, mas que, em um primeiro momento, a população tende a associar qualquer denúncia diretamente à sua gestão.
A última pesquisa Datafolha apontou que 40% dos brasileiros classificam o governo Lula como ruim ou péssimo.
Durante a entrevista, o presidente voltou a defender a regulação das redes sociais e disse acreditar que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser mais eficaz e viável do que a aprovação de um projeto no Congresso Nacional.
‘Se a empresa divulgou conteúdo falso, ela tem que ser responsabilizada. Mas hoje é mais factível uma decisão da Suprema Corte do que do Congresso, porque as empresas fazem mais pressão nos deputados’, afirmou.
Lula também voltou a criticar a oposição. Sem citar nomes, acusou parlamentares de direita de mentirem no Congresso e de não estarem abertos ao diálogo. A crítica se referiu, indiretamente, ao episódio recente envolvendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi alvo de embates com deputados oposicionistas durante sessão na Câmara dos Deputados.
*Com informações da CBN