Julho Verde, mês de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço

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Julho Verde, mês de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço - Foto: Reprodução

Funfarme e Famerp realizam simpósio o câncer de cabeça e pescoço, muito agressivo e cujas mortes vêm aumentando muito.


O câncer de cabeça e pescoço é que o leva aos consultórios médicos pacientes com tumores mais agressivos, pois, quando estes descobrem, a doença já está em estágio avançado. As consequências são dramáticas: perda de olfato, voz, paladar, capacidade de deglutição, além de danos estéticos, com impactos psicológicos importantes. O número de mortes no Brasil por este câncer aumentará de 17 mil para 30 mil em 2050, aumento de 86%, segundo o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP). No mesmo período, o número de casos deve aumentar de 61 mil para 93 mil (52%).

Julho Verde é o mês dedicado à conscientização e prevenção deste tumor tão agressivo, e a Funfarme e a Famerp realizaram, nesta sexta-feira (11 de julho), o 1º Simpósio Julho Verde de Câncer de Cabeça e Pescoço, reunindo mais de 150 participantes, entre profissionais de saúde, alunos e residentes de medicina. Segundo a médica geneticista da Famerp/Funfarme Eny Goloni Bertollo, o evento foi a oportunidade para os profissionais aprimorarem o cuidado e relacionamento com os pacientes atendidos pelo Hospital de Base e Hospital da Criança e Maternidade e conhecerem as pesquisas desenvolvidas sobre a doença pela Famerp.

Pacientes tiveram protagonismo. Durante o Simpósio, haverá a apresentação do Coral Revocalizar, formado por 12 pacientes do Hospital de Base que cantam usando o eletrolaringe, aparelho encostando ao pescoço para permitir a emissão de som e comunicação.

A história do motorista de aplicativos Walter Eduardo Eleotério Pinto, de 60 anos, é o claro exemplo do quanto conhecer a doença e estar atento a seus sintomas são importantes. Morador de Ubarana, Walter fumava e, há 15 anos, começou a sentir forte e constante rouquidão, mas não se preocupou. “Demorei três meses para se consultar com o médico, que diagnosticou o câncer me encaminhou para o Hospital de Base, onde fui operado. Peço a todos que se notarem mudança na voz, de paladar e rouquidão, busquem o médico o quanto antes”, alertou Walter, que integra o coral.

Além do Simpósio, a Famerp e Funfarme realizarão várias ações para evidenciar o Julho Verde e conscientizar a sociedade sobre a prevenção do câncer de cabeça e pescoço.

No dia 22 de julho, Dra. Eny e equipe da Famerp/Funfarme ocupam a tribuna da Câmara Municipal de Rio Preto para falar sobre o Julho Verde, a doença e como se prevenir, com transmissão da TV Câmara.

No dia 22 de julho, cerca de 40 alunos pór-graduandos e graduandos da Famerp e médicos residentes do Hospital de Base irão distribuir panfletos no Mercado Municipal e no Poupatempo de Rio Preto.

Além destas atividades, a fachada do Hospital de Base estará iluminada no tom verde e a Fundação e faculdade divulgam a campanha em suas redes sociais e canais digitais.

Câncer de cabeça e pescoço

A estimativa é que ocorram quase 70 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil no triênio 2023-2025, informam os organizadores do Simpósio, com base em dados do Inca – Instituto Nacional do Câncer.

Os sinais mais comuns deste tumor são:

  • dor persistente na região da face;
  • obstrução nasal persistente;
  • sangramento nasal;
  • alterações oculares (movimentação ocular ou visão);
  • ferida persistente no céu da boca;
  • irritação ou dor na garganta;
  • perda de peso sem motivo aparente;
  • mau hálito frequente/higiene bucal;
  • dentes moles ou dor em torno deles.

Os principais fatores de risco são:

  • consumo de tabaco (todos os tipos de cigarros, charutos e cachimbos) e álcool;
  • infecção viral pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
  • consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate;
  • exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo);
  • exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos;
  • infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.