
Fundador do Templo da Boa Vontade (TBV), o líder espiritual Paiva Netto morreu nesta terça-feira (7), deixando um legado de fé e gratidão. Celebração dos 36 anos do espaço ecumênico será neste mês de outubro.
José de Paiva Netto, escritor, jornalista e presidente da LBV (Legião da Boa Vontade), morreu nesta terça-feira (7.out) aos 84 anos, no Rio de Janeiro.
A morte foi anunciada no perfil do escritor e também da instituição. As causas da morte não foram divulgadas.
“Com profundo respeito e gratidão comunicamos que retornou à Grande Pátria Espiritual, o jornalista, radialista, escritor, presidente das Instituições da Boa Vontade, nosso querido Irmão Paiva, nesta terça-feira, 7 de outubro, uma data tão importante e simbólica para as IBVs: os 52 anos da Proclamação da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo”, traz a publicação.
“São 84 anos de vida terrena, dos quais 69 foram consagrados, incansavelmente, dia e noite, a consolidar e a expandir suas pioneiras teses ecumênicas e as obras que ele tanto ama: as Instituições da Boa Vontade de Deus”, complementa.
Trajetória
Paiva Netto liderou a LBV por décadas, depois de auxiliar o antigo presidente, Alziro Zarur, por quase 25 anos. Paiva Netto atuou para consolidar a instituição como uma das maiores voltadas a pessoas em vulnerabilidade social.
Criou um modelo educacional conhecido como Pedagogia do Afeto, que une formação para a cidadania e valores espirituais, e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que integra sentimentos e razão na aprendizagem.
Na sua gestão, a LBV ganhou destaque na ONU (Organização das Nações Unidas), onde mantém papel consultivo desde 1994.
Entre diversos reconhecimentos, Paiva Netto recebeu a Medalha do 1º Centenário da Academia Brasileira de Letras, a Ordem do Rio Branco, a Ordem do Mérito Aeronáutico (grau de Comendador) e a Medalha do Pacificador, concedida pelo Exército Brasileiro.
Em 1989, fundou em Brasília o Templo da Boa Vontade, com arquitetura arrojada, considerado uma das sete maravilhas do Distrito Federal e que é um dos pontos mais visitados da cidade.
No início dos anos 2000, Paiva Netto e a instituição estiveram envoltos em polêmica. Em 2001, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) fez auditoria contábil na LBV para investigar denúncias de que Paiva Netto e outros integrantes da direção recebiam salários com recursos de doações.
Segundo a Lei de Custeio da Previdência, que normatiza a isenção fiscal a entidades como a LBV, a instituição filantrópica não poderia remunerar seus diretores.
Paiva Netto negou irregularidades. “Não tenho nenhuma outra fonte de renda que não seja a remuneração mensal que me é paga por conta dos direitos autorais de livros e de CDs pela Editora Elevação e pela Igreja Religião de Deus, da qual sou o presidente-pregador. De que eu viveria?”, disse Paiva Netto à época.
Paiva Netto teve suas diversas obras traduzidas para mais de 25 idiomas.
Paiva Netto era membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à União Brasileira de Compositores (UBC).
O presidente da LBV nasceu na capital carioca em 2 de março de 1941 e deixou a esposa, dona Lucimara Augusta, e os filhos Franklin (in memoriam), Pedro, José Eduardo, Iraci, Tatiana, Alziro e Emmanuel Adolfo, assim como noras, genros, netos e bisneto, bem como a demais familiares e amigos.
As homenagens ao jornalista Paiva Netto ocorrerão nesta quarta-feira, dia 8, às 11h, em cerimônia aberta, no Memorial Parque Jaraguá, localizado na Rua Nossa Senhora do Líbano, 635 – Vila Sulina, São Paulo/SP (Via Anhanguera, altura km 23.2 – Acesso pelo km 22 do Rodoanel).