Irmão de advogado palmeirense morto após final do Mundial diz que suspeito era desafeto dele: ‘Falou que ia matar’ 

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Palmeirense Celso Wanzo (à esquerda) morreu ao ser agredido em briga após Mundial de Clube e o suspeito preso, o síndico do condomínio em Rio Preto Emerson Ricardo Fiamenghi — Foto: Reprodução

Celso Wanzo foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Agressor pagou fiança e foi liberado em São José do Rio Preto/SP, mas Justiça pediu a prisão e Emerson Ricardo Fiamenghi se entregou à polícia.


O irmão do advogado palmeirense que morreu depois de ser agredido com soco por causa do resultado do Mundial de Clubes afirmou que a vítima e o suspeito já tinham desafeto. O caso ocorreu em São José do Rio Preto/SP, no último sábado (13.fev).

Segundo Carlos Wanzo Júnior, as discussões entre o Celso Wanzo e o torcedor do Corinthians Emerson Ricardo Fiamenghi começaram quando eles foram eleitos integrantes da administração do condomínio onde moravam. 

“Meu irmão foi eleito conselheiro do prédio e as contas não batiam. Meu irmão pedia documentos, ele não entregava, meu irmão se desgostou, disse que não assinaria relatórios e pediu para sair do cargo de conselheiro do condomínio. Ele [Emerson] ficou bravo, achou que estava insinuando alguma coisa, mas na verdade estava mostrando os fatos da falta de documento. Então começaram a se desentender”, conta. 

Para ele, o fato de o crime ter ocorrido no dia da final do Mundial de Clubes, quando o Palmeiras perdeu para o Chelsea por 2 a 1, foi coincidência. 

“Mas no dia do jogo eu acredito, não posso provar, ele chegou na porta da garagem, tem vizinhos, câmeras, começou a xingar se dirigindo ao meu irmão e no meio disso ele disse que o time não tinha mundial. Mas não foi isso. Se não tivesse jogo do Palmeiras, fosse do São Paulo, Fluminense, ele estaria da mesma forma tentando atingir meu irmão.” 

“Eles já tinham se desentendido, [Emerson] falou que ia matar, ele é uma pessoa agressiva. […] Ele já perseguia meu irmão, independente de futebol, time. O futebol é um esporte maravilhoso, mas infelizmente existem torcedores fantasiados, que são assassinos fantasiados de torcedores”, diz.

Advogado Celso Wanzo morreu após ser agredido em discussão por jogo de futebol — Foto: Arquivo pessoal

Fiança de R$ 5 mil

Após a agressão Celso ficou desacordado, foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos. A vítima foi velada e cremada nesta segunda-feira (14). 

A Polícia Militar foi acionada e localizou Emerson, de 44 anos, que é gerente administrativo e financeiro de uma empresa, além de síndico do condomínio. Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes, onde ficou preso. 

O caso foi registrado como lesão corporal de natureza grave, já que durante o registro policial a vítima estava viva. A Polícia Civil arbitrou fiança de R$ 5 mil, o valor foi pago e o homem foi liberado. Contudo, a Justiça determinou a prisão preventiva de Emerson e ele se entregou à polícia na noite de domingo (13). 

Emerson foi encaminhado à Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e será levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP). 

A defesa de Emerson disse que lamenta a morte de Celso, cumpre com todas as determinações da Justiça e colabora com as investigações para esclarecer que a morte não foi intencional.

Morte na capital paulista

Outro torcedor do Palmeiras morreu na capital paulista no sábado (12), após briga. O agente penitenciário José Ribeiro Apóstolo Jr., suspeito do crime após a derrota do time no Mundial de Clubes, foi preso. Em depoimento à polícia, ele afirmou ter atirado “em legítima defesa”. 

Policiais soltam bombas de efeito moral nos arredores do Allianz Parque após fim do jogo em que Palmeiras perdeu para o Chelsea — Foto: TV Globo

O suspeito foi autuado em flagrante por homicídio qualificado. De acordo com o delegado Maurício Freire, da Divisão de Operações Especiais, José que disse foi cercado por torcedores e que, apesar de ter dito a eles que também é palmeirense, teve o celular arrancado das mãos. 

O agente então teria corrido e mostrado algumas vezes que estava armado. Segundo o depoimento, José diz só ter atirado quando foi atacado pelos torcedores que o perseguiam. 

Segundo o delegado afirmou em entrevista coletiva, foi identificada uma quadrilha de roubo de celulares nas imediações do estádio e outros torcedores realmente foram atrás do suspeito. O agente penitenciário tem porte e posse de arma.

*Informações/g1