CAFÉ E APRENDIZAGEM – Iniciativa dos menores aprendizes do Centro Social reúne autoridades e empresários locais

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                                                             (Fotos Danilo Camargo / Emerson Bortolaia)

O Café e Aprendizagem, foi um evento organizado pelos aprendizes do Centro Social e teve como objetivo reunir as empresas que já são parceiras do projeto, líderes e gestores, como também àqueles que possuem o interesse de ajudar os adolescentes e jovens a conquistarem uma oportunidade de trabalho e o encontro serviu também para aprofundar sobre a importância da inclusão destes jovens no mundo do trabalho.

Quando um adolescente/jovem é contratado como aprendiz os benefícios são para todos, pois a empresa tem a oportunidade de formar profissionais de acordo com a cultura e os valores de sua organização, o aprendiz pode desenvolver suas habilidades, tornam-se mais responsáveis e maduros profissionalmente e dessa forma toda sociedade é beneficiada.

O Café e Aprendizagem aconteceu na manhã da última quarta-feira (12) no salão de eventos do Centro Social de Votuporanga e teve como atração principal palestras dos empresários Euclides Facchini Filho (Facchini Carrocerias) e de José Francisco dos Santos (Rede Porecatu).

Eliete

Eliete Guilherme da Silva -presidente do Centro Social

A presidente do Centro Social, Eliete Aparecida Guilherme da Silva, explicou que a perspectiva do evento foi de estreitar o relacionamento entre os Aprendizes e as Empresas contratantes, seus líderes, convidados, autoridades. “Ao longo desses 52 anos de trabalho, sempre procuramos fazer a diferença na vida da nossa comunidade e hoje, em especial, falo do Programa de Aprendizagem, que há décadas contribui para a integração de adolescentes e jovens no mundo do trabalho. Proporcionado assim, uma formação profissional de qualidade, com acompanhamento familiar e todo suporte necessário enquanto desenvolve sua atividade laborativa especial. Hoje para o desenvolvimento desse trabalho, contamos com uma Diretoria participativa e com funcionários, parceiros, voluntários, poder executivo, legislativo e judiciário que juntos, comungam do mesmo objetivo, melhorar e transformar a vidas das pessoas.”

Promotor de Justiça – dr. José Vieira

O promotor de Justiça José Vieira da Costa Neto exaltou o Centro Social pela oportunidade que oferece a esses jovens, não apenas para aprenderem os princípios de valores que eles vão carregar no mercado de trabalho e em suas vidas, mas para conhecerem a si mesmos. “Todos nós temos algo que pode cooperar para o bem do próximo e o Centro Social criou essa oportunidade”.

Dr. José Vieira pediu aos empresários para que invistam nesses jovens, “Os empregadores atuais vão passar e são eles é quem vão segurar essa bandeira”. Para encerrar pediu que os jovens se levantassem para aplaudir os gestores, empresários e convidados que estavam no evento.

O contabilista Alício Simioli falou sobre a seriedade do trabalho do Centro Social e declarou: “É muito importante em nossa vida incentivar os jovens para o seu desenvolvimento profissional. Trabalhar não faz mal pra ninguém, eu comecei aos 11 anos de idade, lá na década de 70, e foi aqui nesse Centro Social que trabalhei por um período na marcenaria e essa experiência foi a base para me lançar no mercado de trabalho. A história do Centro Social é muito importante. Um jovem quando é direcionado pra este lado ele nunca irá cair num caminho errado. Nós temos a responsabilidade de incentivar e apoiar esse projeto”.

Simioli, que também é Delegado do Conselho Regional de Contabilidade, disse que as empresas que são optantes do Simples Nacional não são obrigadas a cumprirem a cota obrigatória, que empresas como a Facchini e a rede Porecatu, que são optantes pelo lucro real ou presumido, que é de 5% do número total de funcionários. “As pequenas empresas  não obrigadas, mas se você empresário, contratar um jovem aprendiz por opção, você terá a possibilidade de pagar um custo menor, de ter o prazer de estar formando no futuro, quem sabe, mais um empresário para nossa cidade, além de resolver um grave problema social.”

“Para as empresas que são obrigadas a cumprirem a cota, o contratante deve procurar por uma unidade de formação como o Sesc, Senai, Sesi e também o Centro Social, que está capacitado, além de ser cadastrado no Ministério do Trabalho”.

Euclides Facchini Filho – FACCHINI

O empresário Euclides Facchini Filho por sua vez disse que existe no Centro Social um vírus do amor que contaminou a todos os colaboradores e diretores da entidade assitencial. Ele comentou sobre a experiência que vivencia com a pratica da contratação dos jovens por sua empresa. “Temos em torno de 26 gerentes que foram contratados, ainda como se dizia na época, “guardinhas’, pelo Centro Social de Votuporanga e atualmente hoje se encontram em nossas filiais espalhadas por todo o Brasil. Existem alguns que já se encontram com a gente há 40 anos e entraram para trabalhar por meio do projeto Menor Aprendiz. Pelo número de funcionários que nós temos (6 mil), cumprimos a taxa de 5%, o que dá 300 contratados e essa maioria passa por estágios no SENAI, antes de entrarem em nossas Indústrias.”

“Independente de ser obrigatória ou não a contratação desses menores, temos que valorizar, já que excistem estudos em nossa fábrica, que apontam que esses menores possuem um diferencial. Por meio do Centro Social recebem uma formação moral voltada aos valores da família e da ordem. Daqui saem muitos diamantes”, elogiou. “Esses jovens são muito astutos, eles enxergam de longe a área que se darão melhor na empresa. É um processo natural, eles crescem profissionalmente cada um na área que mais se identifica. Temos muitos exemplos desses em nossas fábricas. Vale a pena, temos grandes profissionais que entraram lá com 15, 16 anos, são pais de famílias, pessoas de bem.”

Facchini comenta que uma empresa só funciona porque é administrada por pessoas, é por ela que a empresa anda. “O sucesso é advindo da contratação de pessoas e nós temos a sorte de contarmos com gente da mais alta qualidade. Eu sempre digo que quando um funcionário fala mal da empresa em que trabalha, ele fala mal dele”.

O empresário disse que sempre que vai ao Centro Social fica encantado com o trabalho realizado por lá. “Faz 52 anos que existe esta instituição e ela é um sucesso pelo vírus do amor que aqui se instalou”.

José Francisco dos Santos (Porecatu)

Outro convidado para falar aos jovens foi o empresário dono da rede Porecatu, José Francisco dos Santos. Ele iniciou dizendo: “O sol nasceu pra todos, mas a sombra é só para alguns”.

“Hoje podemos dizer que somos uma empresa de sucesso e graças à Deus cumprimos a nossa parte de contribuição gerando 800 empregos em Votuporanga e quase 1000 outros em São José do Rio Preto. Atualmente existem aqueles que dizem que trabalhar em supermercado não dá futuro pra ninguém.  Dizem que o salário de um caixa gira em torno de 2 mil ou um pouco mais.  Existem sim, muitas vagas boas, basta ter força de vontade para crescer na empresa. Atualmente temos funcionários que chegam a ganhar até R$30 mil por mês. O importante é que você jovem se dedique no trabalho. Falta gente hoje para gerenciar lojas, está na hora de vocês analisarem isso e dar o melhor que vocês tiverem”.

José do Porecatu contou que quando criança (12 anos) era cortador de cana numa fazenda no município de Porecatu, no estado do Paraná. Ele conta que gostava do trabalho e se dedicava ao máximo. Ficou nesse local até os 17 anos quando foi para São Paulo tentar uma vida melhor,

Trabalhou no comércio (mercado), em manutenção de máquinas, foi mascate (vendia roupas nas portas das fábricas com um Fusca), ganhou dinheiro… ele conta. Comprou um pequeno mercado (Empório) na Zona Leste da Capital, disse que a empresa era bem modesta, 10 x 10 metros. Batizou de Porecatu em homenagem a sua terra natal. Na época o bairro era muito violento e com muitos assaltos. Ele conta que chegou a levar 12 tiros de revólver a uma distância de 1,5 metros, mas “com a graça de Deus” apenas uma bala o atingiu em sua mão esquerda. Daquele dia em diante prometeu que não ficaria mais nem 15 dias em São Paulo. Tentou voltar para Porecatu com um novo Mercado, não deu certo, segundo ele, “por vontade de Deus”. Voltou para São Paulo, montou uma loja maior, ficou por mais dois anos e após esse período veio para Votuporanga e comprou o mercado Amazonas, no bairro de Santa Luzia.

Para finalizar, José do Porecatu como é conhecido, disse que hoje está construindo a loja dos seus sonhos, um supermercado de três andares na Zona Norte de Rio Preto, sétima daquela cidade e a décima da rede.

Após o término das palestras dos empresários, foi projetado um vídeo produzido pelos menores, onde eles explicaram a importância do projeto em suas vidas.

Veja as fotos:

Dimas (Converd) e Rogério (Assary)
Tenente Macena, Sargento Moreno, o secretário de Recursos Humanos, Emerson Pereira e o secretário de Educação Marcelo Batista
O vereador Djalma Nogueira, José do Porecatu com a mulher Cinara Antonioli dos Santos, Valdeci Merlotti e Camila do Centro Social

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