Hipertensão: o “inimigo silencioso” que atinge milhares e pode ser evitado

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Cardiologista Dr. José Antônio Chinelato - Foto: Reprodução

Neste sábado (26/4), é comemorado o Dia da Hipertensão e o SanSaúde conversou com o cardiologista Dr. José Antônio Chinelato


Silenciosa, mas perigosa. Assim é a hipertensão arterial, uma doença crônica que atinge milhões de brasileiros e é responsável por cerca de 400 mortes por dia no país, segundo dados apontados pelo cardiologista Dr. José Antônio Chinelato, do SanSaúde.

A hipertensão se caracteriza pela elevação dos níveis de pressão nas artérias. De acordo com o especialista, em 90% dos casos a causa é genética, ou seja, se alguém na família tem pressão alta, as chances de desenvolver a doença aumentam consideravelmente. Os outros 10% estão relacionados a fatores ambientais e comportamentais, como obesidade, tabagismo, uso de certos medicamentos e má alimentação.

Como saber se você é hipertenso?

O diagnóstico é feito de forma simples, mas criteriosa: são necessárias três medições de pressão arterial em dias diferentes. Se em duas dessas ocasiões os valores ultrapassarem 140 por 90 mmHg, o diagnóstico de hipertensão é confirmado.
Mas há exceções: para pacientes diabéticos ou com doença renal crônica, os níveis ideais são ainda mais baixos – não devem passar de 120 por 80 mmHg.

Sintomas? Quase nenhum

A grande armadilha da hipertensão é o fato de ser, na maioria das vezes, assintomática. “É uma doença de sintomas frustrantes”, afirma Dr. Chinelato. Os sinais, quando aparecem, incluem dor de cabeça na nuca durante a madrugada, tonturas e palpitações. Mas muitos descobrem a doença apenas após um evento grave, como infarto ou AVC.

Por que é tão importante cuidar?

Os danos causados pela hipertensão são sérios e podem afetar diferentes órgãos:

  • Coração: aumento do músculo cardíaco, arritmias e risco de infarto
  • Rins: evolução para insuficiência renal crônica
  • Cérebro: risco elevado de AVC (derrame)

E o tratamento?

O cuidado com a hipertensão começa com mudanças no estilo de vida. Dr. Chinelato recomenda:

  • Parar de fumar
  •  Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas
  •  Perder peso, se estiver acima do ideal
  •  Reduzir o consumo de sal
  • Praticar atividade física regularmente
  •  E, se necessário, usar medicação prescrita

“O ideal é prevenir e tratar precocemente, para evitar complicações que podem ser fatais”, reforça o cardiologista.