Forjando o Futuro dos Leitores na Era Tecnológica

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Alberto Martins Cesário, professor e escritor - Foto: Reprodução

Alberto Martins Cesário, professor e escritor

Instagram – @alberto.prof

Se você já se perguntou qual é o papel do professor na formação de leitores, permita-me uma analogia simples: imagine o professor como um artesão, e o ato de ensinar a leitura como o uso de um martelo. O martelo é a ferramenta que molda e constrói algo valioso, e, nesse caso, o que estamos moldando são os sonhos e o futuro dos nossos alunos.

No início de cada ano letivo, entro em sala de aula com a sensação de que estou prestes a embarcar em uma grande aventura. A cada grupo de alunos, o desafio é renovado: como despertar o interesse deles pela leitura em um mundo onde a tecnologia muitas vezes ofusca o encanto dos livros? Nossos alunos estão cada vez mais mergulhados em telas e aplicativos, e o que costumava ser uma história emocionante contada em páginas agora compete com vídeos e jogos interativos. O mal uso da tecnologia pode fazer com que muitos jovens vejam os livros como objetos antiquados, um desafio que enfrentamos diariamente.

Como artesão com seu martelo, o professor deve ser paciente e persistente. Cada aula de leitura é como uma batida de martelo, que pode parecer pequena, mas é essencial para a construção de uma base sólida. Encorajar a leitura em meio à distração digital exige uma dedicação que vai além do simples ensino das palavras. É necessário criar um ambiente onde a leitura não seja apenas uma atividade escolar, mas uma porta para novos mundos e sonhos.

A falta de interesse pelos livros muitas vezes se traduz em resistência. Quando um aluno diz que prefere um jogo a um livro, pode parecer uma derrota, mas é nesse momento que o verdadeiro trabalho do professor começa. Encorajar a leitura requer uma abordagem criativa. Por exemplo, transformar a leitura em uma aventura interativa, onde os livros são portas para universos desconhecidos, pode ser uma maneira eficaz de reacender o entusiasmo dos alunos. Contar histórias de forma envolvente, usar recursos visuais e interativos, e relacionar a leitura com as experiências e interesses dos alunos pode fazer toda a diferença.

Além disso, a leitura não é apenas sobre decifrar palavras. É sobre construir uma ponte entre a realidade e os sonhos. Quando um aluno se perde em uma história, ele está exercitando sua imaginação e expandindo suas possibilidades. A leitura é uma ferramenta poderosa que molda o futuro, e o professor, com seu martelo de dedicação, deve garantir que essa ferramenta esteja sempre pronta para uso.

No entanto, o caminho para cultivar esse amor pela leitura não é sempre fácil. Como professores, frequentemente enfrentamos a batalha constante contra a distração das telas. As redes sociais, os jogos e as outras formas de entretenimento digital oferecem uma gratificação instantânea que os livros, com sua demanda de tempo e paciência, não conseguem igualar. É um desafio imenso manter os alunos engajados, e por isso, precisamos ser inovadores e adaptáveis.

Às vezes, isso significa trazer a tecnologia para dentro da sala de aula de uma forma que complemente, em vez de competir com a leitura tradicional. Aplicativos de leitura, e-books interativos e audiolivros podem servir como portas de entrada para o mundo dos livros, especialmente para os alunos que podem achar a leitura convencional menos atraente. A chave é criar experiências de leitura que sejam tão envolventes quanto as outras formas de mídia que eles consomem.

Cada pequena vitória é um testemunho do impacto que o professor pode ter. Cada aluno que descobre o prazer de ler, cada um que encontra um livro que o cativa, é um lembrete de que o trabalho do professor é de extrema importância. Às vezes, um simples sorriso de um aluno ao terminar um livro pode ser o maior reforço positivo que precisamos para continuar. Mesmo quando o progresso parece lento, é vital lembrar que a construção dos sonhos e do futuro não é uma tarefa imediata. Assim como um artesão, o professor deve ser paciente e persistente.

Cada momento dedicado à leitura é uma batida no martelo que ajuda a formar uma estrutura sólida para o crescimento e desenvolvimento dos alunos. A leitura é uma ferramenta poderosa que molda o futuro, e o professor, com seu martelo de dedicação, deve garantir que essa ferramenta esteja sempre em mãos para o momento oportuno. O impacto de nossa dedicação pode não ser visível imediatamente, mas com o tempo, cada esforço feito para incentivar a leitura se reflete no crescimento e na transformação dos nossos alunos.

Há momentos em que a tarefa parece quase hercúlea. Enfrentamos a falta de apoio, os desafios estruturais e a falta de recursos que muitas vezes dificultam a promoção da leitura. No entanto, cada pequena vitória é um passo que avançamos para que cada aluno descubra o prazer de ler.

Muitas vezes parece que estamos andando em “slow motion”, mas é vital lembrar que a construção dos sonhos e do futuro não é uma tarefa imediata. Assim como um artesão demora meses para concluir uma obra, o professor deve entender que cada coisa em seu tempo e que cada momento dedicado à leitura é uma batida no martelo que ajuda a formar uma estrutura sólida para o desenvolvimento dos alunos.

Em última análise, a leitura é a chave para um futuro mais brilhante. Através dela, nossos alunos não apenas aprendem a decifrar palavras, mas a explorar mundos, a sonhar e a criar. O papel do professor, como o artesão que molda com seu martelo, é crucial para garantir que esses sonhos não apenas se tornem possíveis, mas se realizem.

Portanto, continuemos com nossa dedicação, enfrentando os desafios e celebrando as vitórias, grandes e pequenas, na construção de um futuro onde a leitura seja sempre uma parte fundamental dos sonhos e da imaginação. Que nossa paixão e nosso esforço ajudem a construir um legado duradouro de leitores apaixonados e sonhadores incansáveis.

Até o próximo texto com muitas marteladas de dedicação para construirmos leitores no mundo digital.