Fake News: é falso que agentes do Censo usam celular como urna eletrônica e roubam dados para fraudar eleição 

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Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do IBGE, para coleta de informações para o Censo de 2022 — Foto: Pedro Alves

IBGE e TSE explicam que isso não ocorre e nem seria tecnicamente possível. Áudio viral circula em redes sociais.


Circula pelas redes sociais um áudio em que um homem diz que agentes do IBGE que trabalham no Censo questionam a intenção de voto de cidadãos e utilizam celular com urna eletrônica para roubar biometria e dados dos eleitores. É fake news.

No áudio falso o homem diz: “Boa noite para todo mundo do grupo aí. Vou dar uma informação aí que é pra turma ficar ligeiro, viu? Porque está passando a turma aí tipo IBGE, tal de Censo nas rua aí. Passou aqui em casa, tinha acabado de chegar pra almoçar porque eu tava fazendo os bairro e voltei. E ela veio com um papo furado de que tá fazendo pesquisa pra ver quem que é Bolsonaro, quem que é Lula, quem que é outro partido. Aí tudo bem. Fui falando com ela, pedi ela foi falando as informação e foi pondo no aplicativo dela do celular, um celular avaliado mais ou menos nuns onze mil reais porque é o dos mais caro que tem da Apple. Já vi o celular já falei: aí tem. Ela num tava bem vestida não, num tava uniformizada, só tava com crachá. Ele também tava com um crachá também do outro lado da rua. Ela fazia um lado da rua e ele o outro. Fizeram o bairro meu. Eles não são daqui. Porque perguntaram o nome da rua, perguntaram o CEP da cidade e patati patatá. Aí depois de todas informação que ela pediu, ela perguntou pra mim em quem eu ia votar. Eu falei: mas eu já falei umas dez vez pra você. Ela falou, então no aplicativo aqui daria pra você escolher o seu o seu presidente, você apertar aqui. Eu falei, eu não vou por minha mão no seu celular. Ela falou, não, tem que ser o senhor. Aí eu estranhei. Eu falei, viu? Mas por que que eu que tenho que por o dedo aí? Por quê? Porque ele quer pegar digital, né? Aí eu olhei no aplicativo dela, falei, deixa eu dar uma olhada, coloquei o óculos, era uma urna eletrônica. É mole? Uma urna eletrônica. Então está o aviso aí. Estão passando nas casa aí fazendo a turma colocar o dedo. Você colocou o dedo? Toda a informação sua, eles tem tudo. É só o hacker entrar na Polícia Federal sabe tudo da sua vida meu amigo, tendeu? Aí o que acontece, na hora de votar quando cê for votar lá já votaram no seu lugar, por quê? Passaram essas informação pra outra urna lá, então vai ter fraude, hein? Nessa eleição, com certeza vai ter. E então eu tô alertando a turma aí, fica esperto, esse negócio de Censo, de IBGE, isso não é desse jeito, nunca vi isso aí. Então tá o alerta aí, vou colocar nos grupo aí o alerta pra todo mundo ficar ficar ficar de olho, hein? Brincadeira, meu.”

O IBGE e o TSE esclarecem que a mensagem é completamente falsa. Veja:

  • No censo demográfico não são feitas perguntas sobre a intenção de voto das pessoas entrevistadas. O objetivo do estudo é reunir informações de quantos são e como vivem os brasileiros. A pesquisa, portanto, não leva em consideração a preferência política de quem participa do levantamento.
  • Nenhum aplicativo de celular é capaz de substituir a urna eletrônica física, que é o único equipamento usado para registrar o voto do eleitorado. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) não utilizam impressões digitais coletadas por meio de smartphones. A única forma de identificação biométrica válida é aquela coletada presencialmente pela Justiça Eleitoral antes da pandemia de Covid-19 ou por órgãos públicos parceiros, como Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e Institutos de Identificação.
  • Não há possibilidade de uma “cópia” da impressão digital pelo celular interferir na votação. Isso porque no dia da eleição é necessário que a eleitora ou eleitor coloque o dedo no terminal do mesário, que contém o leitor biométrico. Tudo é acompanhado de perto pela equipe de mesários, que passam por treinamento para detectar qualquer problema que ocorra na seção eleitoral durante as Eleições Gerais de 2022. Sendo assim, é impossível que uma pessoa se passe pela outra na hora de votar. 

Censo 2022

A população brasileira começou a ser recontada, de forma detalhada, em 1º de agosto. Foi dado início à coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Até o início de novembro, mais de 183 mil recenseadores, devidamente identificados, estarão nas ruas de todos os 5.570 municípios brasileiros. A missão deles é entrevistar um morador de cada domicílio do país. Ao todo, segundo o IBGE, eles visitarão 89 milhões de endereços, sendo residenciais cerca de 75 milhões. 

O IBGE tem dois canais primordiais para a devida identificação de seus servidores, pesquisadores ou recenseadores: o telefone 0800 721 8181 e o site https://respondendo.ibge.gov.br/.