‘Estou na UTI, não morri ainda’, diz Bolsonaro após ficar inelegível 

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Jair Bolsonaro em entrevista à Folha de São Paulo, nas vésperas da votação no TSE sobre sua inelegibilidade – Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

O ex-presidente foi questionado sobre eventual apoio a sua mulher, Michelle, ou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e argumentou que nenhum nome tem capilaridade nacional.


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado inelegível após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse, em entrevista ao programa Pânico nesta segunda-feira (3.jul), que apenas está na “UTI” e descartou já declarar apoio a algum nome para a próxima eleição presidencial, em 2026.

Bolsonaro afirmou que não é justo ser cobrado a já declarar apoio a um nome. “Não é justo, eu estou na UTI ainda, não morri ainda, alguém já querer dividir o meu espólio”.

O ex-presidente foi questionado sobre eventual apoio a sua mulher, Michelle, ou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e argumentou que nenhum nome tem capilaridade nacional: “Não tem nenhum nome ainda com conhecimento do Brasil todo para fazer o que eu fiz ao longo dos quatro anos. Bons nomes apareceram, mas não tem ainda esse carimbo para falar para o Brasil todo: ‘Estamos juntos para 2026′”.

O ex-presidente também criticou quem diz que a direita está dividida: “A direita está unida e a direita tem conhecimento do que aconteceu ao longo dos quatro anos e aprendeu muita coisa, e a direita não errou. Esse pessoal do 8 de janeiro, quem fez esse quebra-quebra não foi o nosso pessoal”.

Bolsonaro disse que só poderia ser preso em caso de arbitrariedade. Ele ainda criticou a prisão de três aliados: Mauro Cid, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro. “Preso por quê? Só se for na base da arbitrariedade, o que não é novidade aqui no Brasil”.

Questionado sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo, Bolsonaro disse que não apareceu um nome forte do bolsonarismo e a tendência é apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB). O ex-presidente afirmou que “puxou o freio” no apoio ao seu ex-ministro Ricardo Salles após o atual deputado criticá-lo. 

Bolsonaro inelegível: 

O TSE decidiu, no dia 30 de junho, tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, a contar das eleições de 2022. O placar ficou em 5 a 2 contra o ex-presidente — os ministros Kassio Nunes Marques e Raul Araújo votaram contra a inelegibilidade. 

A decisão do TSE faz com que Bolsonaro não possa disputar as eleições de 2024, 2026 e 2028 — duas municipais e uma presidencial. Bolsonaro estará autorizado a se candidatar a partir das eleições de 2030. 

Para reverter a decisão, só com uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal). A Lei Complementar número 64, de 1990, prevê a possibilidade de concessão de uma medida cautelar. A defesa de Bolsonaro diz que aguarda as íntegras dos votos para recorrer. 

*Com informações do uol/jovempan