Presidente da República falou em coletiva após evento sobre democracia e combate à desinformação no Chile.
Após participação em um encontro de líderes progressistas em Santiago, capital do Chile, nesta segunda-feira (21.jul), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou comentar diretamente sobre a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Questionado em entrevista coletiva, Lula reforçou que não pretende interferir em processos conduzidos pelo Judiciário brasileiro: “Ele está sendo julgado, está sendo denunciado. Ele pode ser absolvido, ele pode ser culpado. É um problema da Justiça. Eu não me meto nisso”, afirmou Lula.
O chefe do Executivo nacional também comentou sobre a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, contra o Brasil. O presidente brasileiro relacionou a atuação do republicano à defesa de Bolsonaro e criticou tentativas de politizar decisões judiciais.
“Quem sou eu para tomar a decisão diante da Suprema Corte? O cidadão que ele defende está sendo julgado por um crime que cometeu, que está nos autos do processo, dito por eles próprios, não é por mim”, disse Lula, ao mencionar Trump.
Em outro momento, Lula destacou que o compromisso com o regime democrático precisa vir acompanhado de respeito às diferenças e combate à desinformação: “O que importa é que ele respeite o direito dos outros. Que ele não seja mentiroso, que não utilize fake news e que não fique vendendo o gabinete do ódio 24 horas por dia. Isso é democracia e o respeito”, declarou.
Encontro internacional
Lula está no Chile a convite do presidente Gabriel Boric para participar de um evento com outras autoridades, para tratar de assuntos como: defesa da democracia e do multilateralismo; o combate às desigualdades; e o enfrentamento à desinformação e as tecnologias digitais.
Também integram o grupo o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi; e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez.
A reunião aconteceu em meio à decisão dos Estados Unidos em taxar em 50% as exportações de produtos do Brasil e revogar o visto de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em discursos e entrevistas sobre o tema nesta semana, Lula defendeu assiduamente a soberania nacional brasileira.
Outra edição da reunião está prevista para ocorrer durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em setembro deste ano.
*Com informações da CNN Brasil