A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por uma dor muscular crônica, que pode permanecer por meses, associada a outros sintomas, como alterações do sono e fadiga. A fibromialgia acomete entre 2% e 10% da população mundial e apresenta uma prevalência em indivíduos do sexo feminino, com idade entre 20 e 50 anos.
No Brasil, a fibromialgia acomete cerca de 2,5 % da população e também apresenta prevalência entre as mulheres, com idade entre 35 e 44 anos.
As causas da fibromialgia ainda não são totalmente claras, no entanto, é observado que os indivíduos acometidos por ela apresentam uma alteração na interpretação dos estímulos recebidos pelo cérebro e receptores cutâneos, o que leva a uma alteração na percepção da dor.
A medicina também não consegue explicar ainda porque a enfermidade é mais frequente em mulheres, que representam nove a cada dez diagnósticos. Além disso, os sintomas podem ser diferentes de pessoa para pessoa.
Apesar de não haver uma resposta exata sobre a causa da fibromialgia, sabe-se que ela não é uma doença autoimune nem inflamatória. O mecanismo de desenvolvimento da dor é diferente.
O jornal Diário de Votuporanga conversou com a Dra. Luciana Akita que é especialista nesta enfermidade, acompanhe:
DV: O que é fibromialgia?
“A fibromialgia é doença reumatológica não inflamatória, não imune, que acomete o sistema muscular e esquelético, causando dores difusas pelo corpo por período superior a 3 meses”.
DV: Qual é a causa da fibromialgia?
“Ela é causada por uma alteração no sistema nervoso central, no cérebro, responsável pelo controle de dor. Fatores emocionais (como ansiedade, depressão, estresse), falta de prática regular de atividade física e genética também estão envolvidos”.
DV: Quem está em risco?
“A doença acomete nove vezes mais mulheres, principalmente entre 30 e 50 anos, mas qualquer indivíduo pode ser acometido, desde crianças até idosos”.
DV: Quais são os sintomas?
“A fibromialgia causa dores por todo o corpo, sensação de inchaço de mãos, formigamentos pelo corpo, dores de cabeça, fadiga, dificuldade de sono, sono não reparador, sintomas ansiosos e depressivos, perda de memória, alteração do habito intestinal (principalmente constipação), ardência para urinar”.
DV: Como pode a fibromialgia ser diagnosticada?
“O diagnóstico da fibromialgia é “clínico”, ou seja, realizado através de conversa com o paciente com coleta de sintomas e através de exame físico, evidenciando zonas específicas dolorosas. Não existe nenhum exame de sangue ou de imagem que faça diagnóstico da doença. Os exames solicitados de rotina são para afastar outras doenças e reumatismos que possam ser confundidos com a fibromialgia”.
DV: Que outras doenças têm sintomas semelhantes?
“Infecções virais, síndrome da fadiga crônica, polimialgia reumática, lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Sjogren, artrite reumatoide, hipotireoidismo, anemias graves”.
DV: Como a doença progride? Quais são os tratamentos disponíveis?
“A doença não causa deformidades ou risco de morte para o paciente. Se não tratada causa prejuízo para a realização das atividades diárias dos indivíduos e atividades profissionais, bem como perda de qualidade de vida por comprometimento do sono e humor. O tratamento da fibromialgia é dividido em tratamento não medicamentoso e medicamentoso. No primeiro, é de extrema importância a pratica regular de atividade física de baixo impacto (caminhadas, bicicleta, dança, pilates, hidroginástica, natação) pelo menos três vezes por semana. A acupuntura têm evidencia cientifica no alivio das dores também, a fisioterapia com fortalecimento muscular e alongamentos, bem como a psicoterapia na forma de terapia cognitivo comportamental. No tratamento medicamentoso, hoje, temos uma série de drogas disponíveis, usadas tanto no período da manha ou da noite, cada qual indicada dependendo das queixas principais do paciente. É importante salientar que a Fibromialgia não tem cura, então tanto o tratamento não medicamentoso quanto o medicamentoso geralmente são usados por longos períodos de tempo com o acompanhamento de um reumatologista”.
A Dra. Luciana também explica que: “É importante também mencionar terapias que NÃO POSSUEM nenhuma evidencia cientifica que funcionam, como ozonioterapia, microfisioterapia, iridoterapia, suplementação de magnésio ou colágenos”. Aos primeiros sintomas procurem um médico!
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(Andrea Anciaes)
(Colaborou Andrea Anciaes)