Papa Francisco aceitou a renúncia do bispo, conforme publicação em boletim do Vaticano.
O bispo de Catanduva/SP, Dom Valdir Mamede, renunciou ao cargo. A informação foi publicada no boletim oficial do Vaticano nesta quarta-feira (1º.nov).
Segundo a publicação, o bispo apresentou carta de renúncia ao cargo, que foi aceita pelo
papa Francisco.
“O Santo Padre aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Catanduva (Brasil)
apresentada por S.E. Monsenhor Valdir Mamede”, diz a publicação.
A Diocese será administrada provisoriamente pelo bispo de São Carlos/SP, Luis Carlos Dias, que ficará na função até a Santa Sé escolher um novo bispo para Catanduva.
Denúncias
A reportagem do Diário apurou que a renúncia do bispo está ligada a denúncias de assédio
moral e sexual contra padres e seminaristas, ouvidos em processo interno conduzido pelo
arcebispo de Ribeirão Preto/SP, Dom Moacir Silva. Não houve investigação policial.
Ao final do inquérito conduzido pela igreja, o bispo foi aconselhado a renunciar. A
reportagem procurou Dom Valdir Mamede, mas, até o momento, não conseguiu contato.
Vaquinha
Em março deste ano, o bispo de Catanduva se envolveu em uma polêmica ao determinar que padres da Diocese fizessem uma “contribuição compulsória” de R$ 300 por mês para ajudar a Cúria a arcar com o pagamento de indenização de R$ 210 mil a uma jovem de 19 anos, que teria sofrido abuso sexual do padre Osvaldo Donizeti da Silva, conhecido como Barrinha.
O valor seria descontado do pagamento mensal de cada um dos 47 padres da diocese. O piso salarial dos sacerdotes no Brasil é de dois salários mínimos, ou seja R$ 2,7 mil.
Para avisar sobre o desconto, o bispo enviou um áudio no último dia 8 de março deste ano
em um grupo do clero diocesano, no WhatsApp. A decisão sobre o desconto salarial de todos os padres teria sido tomada no começo da semana, pela cúpula da diocese.
*Com informações de Diário da Região/Marco Antonio dos Santos