Pai, mãe e filha, de 15 anos, de Olímpia, iriam comemorar aniversário da mulher em São José do Rio Preto e desapareceram na última quinta-feira (28). Corpos foram achados com marcas de tiros em canavial de Votuporanga após quatro dias.
A família de Olímpia/SP que ficou desaparecida por quatro dias e foi encontrada morta com sinais de execução próximo da ‘Estrada do 27’ e em um local que dá acesso ao bairro rural do Cruzeiro em Votuporanga/SP foi enterrada na manhã desta terça-feira (2.jan), no cemitério Jardim Parque das Primaveras, em Olímpia. Não foi realizado velório.
Mirele Tofalete, de 32 anos, Anderson Marinho, de 35, e a filha deles, Isabelly, de 15 anos, desapareceram na quinta (28) e foram achados mortos com marcas de tiros, na segunda-feira (1º), em um canavial que fica em uma estrada rural de Votuporanga.
O veículo da família, um VW/Gol, também foi achado no canavial e apresentava marcas de tiros na porta, para-brisa e vidro. Cápsulas de pistola 9mm foram apreendidas. O homem estava caído fora do carro, enquanto mãe e filha foram encontradas dentro dele.
Após o crime, familiares e amigos fizeram posts lamentando o triplo homicídio. “É assim que quero me lembrar de vocês, meus amores. Sempre alegres, sorrindo”, escreveu uma parente.
“Meus amores, vocês partiram desse mundo deixando apenas saudades e boas memórias”, publicou outra nas redes sociais.
Desaparecimento
Pai, mãe e filha saíram de Olímpia para almoçar em São José do Rio Preto/SP e comemorar o aniversário da mulher, na quinta-feira. Desde então, familiares não conseguiram entrar em contato com as vítimas e fizeram buscas pela região.
Na sexta-feira (29), parentes registraram um boletim de ocorrência por desaparecimento na Polícia Civil de Olímpia e o caso passou a ser investigado.
À imprensa, a irmã de Anderson contou, no domingo (31), que o carro da família tinha sido visto pela última vez após passar por um radar que fica no perímetro de Mirassol/SP, cidade que não estava nos planos da viagem.
“Eu tinha conversado com ele no dia anterior, ele só falou que iria sair para comemorar o aniversário da esposa em um almoço em São José do Rio Preto. A última conversa estava tudo normal, tudo certo. Ele não tinha planejado nada além disso”, disse Geise Adrieli Marinho Ribeiro.
Ainda no domingo, familiares receberam a informação de que o celular de Anderson teria dado sinal em Votuporanga, cidade a 139 quilômetros de Olímpia e 83 quilômetros de São José do Rio Preto, local da celebração do aniversário. Foi na cidade que os corpos foram encontrados, após um morador passar pelo canavial e acionar a polícia.
Moto roubada
Dez dias antes do crime, Mirele publicou nas redes sociais que teve uma moto roubada. Na postagem, ela citou sobre o crime, mas atualizou a mensagem, sem dar detalhes, dizendo que o veículo havia sido encontrado.
Alguns internautas se comoveram com o assassinato e escreveram na postagem. Uma mulher escreveu: “misericórdia. A moto roubada é da moça desaparecida, será que tem alguma coisa a ver com o desaparecimento? Polícia tinha que investigar”.
Questionada, e sem dar detalhes, a Polícia Civil informou que investiga todas as hipóteses, “mas ainda é cedo para chegar a alguma conclusão”.
O caso foi repassado para investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Votuporanga. Até a última atualização desta reportagem, nenhum suspeito havia sido preso ou identificado.
Histórico criminal
O mecânico Anderson Givago Marinho, 35 anos, assassinado a tiros junto com sua mulher e a filha do casal, em um canavial de Votuporanga, já havia sido preso por tráfico de drogas, em 2015, com Ricardo Luis Pedro, conhecido como o “rei do tráfico”, no bairro São José, na cidade de Olímpia.
Segundo apuração do Metrópoles, Anderson foi preso, em cumprimento a um mandado de prisão, expedido pela Justiça, em 14 de abril de 2015. Dias antes, ele e outro homem teriam fugido de um rancho, na área rural de Olímpia, quando o “rei do tráfico” e um comparsa foram detidos, em flagrante, com drogas.
Segundo o registro criminal de Anderson, ele foi condenado por tráfico de drogas em 18 de dezembro de 2015, a dois anos e um mês de pena, já iniciada no regime semiaberto. Antes disso, ele ficou preso provisoriamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José do Rio Preto. O mecânico recebeu o benefício de cumprir o restante da pena, em prisão domiciliar, em abril de 2016.