Dra. Layne Beretta, do SanSaúde, ressaltou que a doença é silenciosa.
O Dia Mundial do Diabetes, comemorado nesta terça-feira (14 de novembro), assim como a campanha global “Novembro Azul Diabetes”, tem como propósito difundir informações valiosas para a sociedade acerca da doença, incentivando a prática do autocuidado. O SanSaúde apoia essa iniciativa e conversou com a médica endocrinologista, Dra. Layne Beretta, sobre o tema.
O que é Diabetes Mellitus?
Diabetes é uma condição crônica que afeta a maneira como o corpo processa a glicose (açúcar no sangue). Isso ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue utilizar efetivamente a insulina que produz (resistência insulínica). A insulina é essencial para ajudar as células a captar glicose e convertê-la em energia. O Diabetes mellitus pode acometer indivíduos de qualquer idade, desde crianças, adultos e idosos.
Doença silenciosa
Dra. Layne reforçou a Importância da investigação da doença. “Recomendamos fazer o rastreio para que haja um diagnóstico precoce da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse rastreio deve ser feito universalmente a partir dos 45 anos ou antes dessa idade caso a pessoa apresente sobrepeso, obesidade ou outros fatores de risco. Em geral, a patologia só apresenta sintomas quando já está descompensada e, a longo prazo, se não tratada , traz complicações renais, lesões oftalmológicas podendo levar a cegueira, infarto, AVC e amputações”, frisou.
Sintomas
– Aumento da sede e da micção: O corpo tenta se livrar do excesso de açúcar no sangue através da urina, o que leva à desidratação e aumento da necessidade de urinar.
– Fome constante e perda de peso involuntária: o paciente pode apresentar aumento do apetite e mesmo assim, evoluir com perda de peso rápida e espontânea.
-Fadiga: A falta de energia devido à incapacidade das células de utilizar a glicose corretamente pode causar fadiga.
– Visão embaçada: Níveis elevados de açúcar no sangue podem causar danos aos olhos, afetando a visão.
– Cicatrização lenta: Feridas e cortes podem levar mais tempo para cicatrizar.
Fatores de Risco
– Genética: Histórico familiar de diabetes pode aumentar o risco.
– Estilo de Vida: Uma dieta rica em açúcar e carboidratos, sedentarismo e obesidade estão ligados ao aumento do risco.
– Idade e Etnia: Pessoas acima de 45 anos e de certas etnias, como afrodescendentes, hispânicos, índios Pima, indivíduos oriundos de ilhas do Pacífico são considerados grupos de risco.
– Outras Condições de Saúde: Pressão alta, colesterol alto, tabagismo, passado de Diabetes gestacional e síndrome dos ovários policísticos.
Doenças Relacionadas:
– Doença Cardiovascular: O Diabetes pode aumentar o risco de doenças do coração, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
– Problemas Renais: Danos nos rins podem ser uma complicação da diabetes, podendo resultar inclusive em necessidade de hemodiálise.
– Problemas Oculares: Risco de doenças oculares, como retinopatia diabética, edema macular e glaucoma neovascular
– Neuropatia: Danos aos nervos, levando a sintomas de formigamento, dor tipo queimação ou agulhada e perda de sensibilidade em áreas do corpo, principalmente em pés.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico envolve testes de glicemia em jejum, teste oral de tolerância à glicose e hemoglobina glicada (HbA1c). O tratamento pode variar dependendo do tipo e da situação do paciente. “Procure um profissional habilitado para fazer o diagnóstico correto e conduzir o tratamento adequado”, complementou.
Dicas da Dra. Layne Beretta para Pacientes com Diabetes:
– Alimentação balanceada: A médica enfatiza a importância de uma dieta equilibrada, com ênfase em alimentos ricos em fibras, grãos integrais, frutas, legumes e proteínas magras. Reduzir a ingestão de açúcares e carboidratos simples é essencial.
– Atividade física regular: O exercício ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, melhorando a sensibilidade à insulina e mantendo um peso saudável.
– Monitoramento constante: Verificar regularmente os níveis de glicose no sangue é crucial para entender como os alimentos, atividades e medicamentos afetam o açúcar no sangue.
– Adesão ao tratamento: Seguir as orientações médicas, tomar medicamentos conforme prescrito, administrar insulina (se necessário) e manter consultas regulares são fundamentais.
– Gerenciamento do estresse: O estresse pode afetar os níveis de açúcar no sangue. Técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação e exercícios de respiração, podem ser benéficas.
O apoio médico especializado e a adesão a um estilo de vida saudável são fundamentais para o gerenciamento eficaz do Diabetes.