Número é relevante quando se considera que há cerca 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta quarta-feira (21.set) é o Dia Nacional de Conscientização do Alzheimer, doença que se estima atingir entre 800 mil e 1 milhão de pessoas no Brasil, segundo informação divulgada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Elas representam entre 40% e 60% dos 2 milhões de pessoas com algum tipo de demência. Número relevante quando se considera que há cerca 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Infelizmente, esta doença, que provoca progressiva e inexorável deterioração das funções cerebrais, ainda é um mistério. “Não se conhece a causa específica do Alzheimer. Sabe-se que o avançar da idade é o fator de risco mais importante, porém outros fatores são descritos. Tanto características adquiridas ao longo da vida quanto histórico familiar e fatores genéticos”, afirma a médica neurologista Naira Gomes, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto/SP.
Entre os impactos desta doença neurológica estão a perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% com mais de 85 anos podem apresentar algum sintoma dessa enfermidade e são inúmeros os casos que evoluem para a demência.
Segundo a médica neurologista do Austa Hospital, há vários estágios conforme a evolução da doença. Nos estágios iniciais incluem-se alterações na memória episódica, personalidade e habilidades espaciais e visuais.
Em sua forma moderada, são comuns dificuldade mais evidentes no dia-a-dia, como esquecimentos de fatos mais marcantes, como nome de pessoas próxima, dificuldade com higiene pessoal e autocuidados; incapacidade para falar e se expressar com clareza. Torna-se agitada e tem insônia. No estágio mais grave, o doente cursa com prejuízo gravíssimo da memória, como reconhecimento de pessoas e locais familiares, já não consegue alimentar-se sozinho, apresentando dificuldade para deglutir, além de poder haver incontinência urinária e fecal. A doença pode progredir ainda com dificuldades motoras, podendo ficar até acamado. Nesse estágio, o paciente apresenta alto risco de desenvolver infecções, escaras e necessidade de hospitalização.
Infelizmente, não existe um teste diagnóstico definitivo para a doença. “Nós, médicos, nos baseamos num exame minucioso, considerando as alterações cognitivas, comportamentais e funcionais, aferidas por meio de instrumentos específicos, como testes neuropsicológicos, e na exclusão de outras causas de demência, através de exames laboratoriais e de neuroimagem estrutural”. explica Dra. Naira.
Até o momento, a doença permanece sem cura. O objetivo do tratamento é minorar os sintomas. Atualmente, estão sendo desenvolvidos medicamentos que, embora em fase experimental, sugerem a possibilidade de controlar a doença.