Dia Nacional de Combate a Diabetes: como prevenir a doença?

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Endocrinologista Mariana Mendes, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC) - Foto: Reprodução

Em apenas um ano, total de diabéticos no Brasil aumentou 11,5%; endocrinologista e nutricionista do IMC orientam sobre a doença.


Esta segunda-feira, 26 de junho, é o Dia Nacional do Diabetes, doença que avança rapidamente no Brasil. Para se ter ideia, em 2020, 8,2% dos brasileiros com mais de 18 anos eram diabéticos. Em 2021, passou para 9,14% dos brasileiros nesta faixa etária, aumento de 11,47% em apenas um ano.

O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

A data instituída para conscientizar a população sobre o reflexo do diabetes na saúde, com riscos à vida. “É uma doença que atinge todas as idades, portanto, a prevenção e o autocuidado são fundamentais. E são feitos com ações simples, como a alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas”, afirma a médica endocrinologista Mariana Mendes, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto.

Pessoas que têm o diabetes tipo 2, por exemplo, têm maior risco de ter acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e doença vascular periférica. “Isso reforça a necessidade do diagnóstico precoce afim de evitar tais complicações”, enfatiza a médica.
Como o diabetes pode causar danos a várias partes do corpo humano, seu diagnóstico e tratamento às vezes envolve vários especialistas. No IMC, endocrinologistas, cardiologistas, angiologistas e médicos de várias especialidades estão atentos ao seu diagnóstico.

“O diabetes é uma doença metabólica crônica, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Como consequência ocorre o aumento da glicose ou açúcar no sangue, chamado de hiperglicemia”, explica Dra. Mariana.

Segundo ela, as causas da doença ainda não são completamente conhecidas, e dependem do tipo do diabetes. Há o tipo 1, doença autoimune em que anticorpos “atacam” o pâncreas, fazendo-o parar de produzir insulina. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Acomete entre 5 e 10% dos diabéticos. E o tipo 2, mais comum, atingindo 90% dos doentes. Aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina ou não produz suficiente para controlar a taxa de glicemia.

Outros tipos: diabetes gestacional, autoimune latente do adulto (lada), pancreático, monogenético etc.

A endocrinologista do IMC destaca que um dos grandes problemas do diabetes tipo 2 é que seus sintomas só aparecem em fases mais avançadas da doença, ou seja, por ser uma patologia silenciosa seu diagnóstico acaba sendo mais tardio.

“Os sintomas mais comuns da doença são dificuldade para cicatrizar feridas, formigamento nos pés e nas mãos, perda de peso, sede, fome e fadiga excessivas e urinar com frequência. Além de dores nas pernas e visão embaçada”, enumera a médica. “Conhecer e ficar atento aos sintomas é passo importante, porém, o diagnóstico precoce é essencial para evitar suas complicações e reduzir morbimortalidade”, completa.

Exames laboratoriais permitem o diagnóstico do diabetes: glicemia em jejum, hemoglobina glicada e o teste de tolerância à glicose. Antes de tudo, o fundamental é conversar com o médico para investigar o problema, já que há fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver DM2 e seu rastreio deve iniciar mais precoce ainda. Esses fatores de risco são: histórico familiar positivo, diabetes gestacional, sedentarismo, sobrepeso, obesidade entre outros.

Cuidados com alimentação são essenciais para o diabético

Os cuidados nutricionais no controle do diabetes são essenciais e coadjuvantes ao tratamento médico e manutenção da saúde, pois há riscos à saúde se a alimentação não fora correta, alerta a nutricionista Ricy Ayoub, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC. “Entre os principais riscos nutricionais está o consumo de açúcares ou carboidratos simples”, ressalta Ricy.

Ela orienta os diabéticos a estarem atentos aos rótulos dos alimentos. “Os termos ‘disfarçados’ para açúcares nos rótulos aparecem como açúcar invertido, dextrose, dextrina, frutose, glicose, sacarose, maltose, maltodextrina, oligossacarídeos, xarope glucose-frutose, xarope de milho, entre outros”, destaca a nutricionista do IMC, segundo a qual o diabético deve priorizar a alimentação primária e natural, reduzindo o consumo de industrializados.

Nutricionista Ricy Ayoub, do IMC – Foto: Reprodução

Além disso, o consumo adequado de fibra é um grande aliado ao controle glicêmico. “Priorizem alimentos integrais (massa integral, arroz integral, farelo de aveia, linhaça, chia etc), consumam verduras e legumes e frutas em porções orientadas pelo nutricionista ou médico, recomenda Ricy Ayoub.

Estudos comprovam cada vez mais a importância de associar os cuidados e orientações médicas e o adequado consumo alimentar a disciplina na atividade física que auxilia no controle glicêmico e manutenção de peso adequado devendo estar orientada por médico e acompanhada por profissionais habilitados (educadores físicos e fisioterapeutas).