Dia de Combate e Prevenção à Trombose: médico explica sobre a doença 

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Cirurgião vascular, Dr. Emerson Ciorlin, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de Rio Preto – Foto: Reprodução

A trombose atinge mais de 180 mil pessoas/ano é uma doença que, se não descoberta e tratada a tempo, oferece grande perigo.


A trombose é uma doença grave e cuja ocorrência é comum, por isso, mereceu uma data para que as pessoas saibam mais sobre ela e se previnam. Esta sexta-feira, 16 de setembro, é o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, doença que atinge ao mais de 180 mil pessoas a cada ano no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).

“A trombose é a obstrução do sistema circulatório por um coágulo de sangue que prejudica e reduz o fluxo sanguíneo pelas artérias e pelas veias do corpo humano. Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, menores os impactos e malefícios à pessoa”, afirma o cirurgião vascular Emerson Ciorlin, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares – IMC, de São José do Rio Preto/SP.  

A doença já era comum, contudo, segundo Dr. Emerson, o número de casos aumentou ainda mais depois da pandemia da covid-19, pois as pessoas permaneceram durante muito tempo inativas em casa. “Habitualmente, ficar muito tempo sentado ou parado é condição que contribui para aumentar o risco de trombose. Esta foi a realidade de muita gente durante a pandemia”, lembra o cirurgião do IMC. 

Ele explica que a trombose pode ser classificada em 2 tipos principais: trombose arterial e trombose venosa profunda. A trombose arterial prejudica o fluxo de sangue para as extremidades do corpo, predispondo a um quadro clínico de isquemia e má circulação. Por outro lado, a trombose venosa profunda dificulta o retorno do sangue em direção ao coração, com possível desenvolvimento de embolia pulmonar. 

Os sinais e sintomas da trombose são bem claros. Os mais comuns são as dores nas pernas, acompanhadas de inchaço na panturrilha e nos pés. Dr. Emerson Ciorlin ressalta também que, além destes sintomas, a pessoa que desenvolveu um quadro clínico compatível com trombose venosa profunda ainda pode ter o endurecimento da musculatura da panturrilha, dificuldade para caminhar, alteração de coloração nos pés e arroxeamento das extremidades. Nos casos avançados, a trombose evolui para a embolia pulmonar, podendo causar dores no peito, falta de ar súbita, sensação de angústia, taquicardia (batimentos cardíacos acelerados) e taquipnéia (ritmo respiratório exagerado), com risco até de morte. 

Diagnóstico e tratamento da trombose 

Para fazer o diagnóstico, o médico baseia-se no histórico clínico e no exame físico do paciente. “Ao examinar o paciente, verificamos se há dores nas pernas, inchaço, empastamento ou endurecimento da panturrilha e se tem dificuldade para caminhar”, relata o cirurgião do IMC, que conta para auxiliá-lo na confirmação diagnóstica com a realização do exame de ultrassom doppler venoso dos membros inferiores. É um exame não invasivo, que pode ser feito no consultório. 

O tratamento pode ser clínico, através de medicamentos anticoagulantes, ou cirúrgico, dependendo da extensão da trombose. O tratamento cirúrgico é minimamente invasivo, com procedimento endovascular. “Este deve ser feito em hospital com estrutura e equipamentos modernos em hemodinâmica e equipe especializada”, salienta o cirurgião. 

Fatores de risco da trombose venosa profunda 

O cirurgião vascular do IMC relaciona como os principais fatores de risco o histórico familiar, predisposição genética, obesidade, sedentarismo, traumas, viagens prolongadas de carro, ônibus ou avião, doenças sistêmicas (insuficiência cardíaca e insuficiência renal), procedimentos cirúrgicos recentes (cirurgias plásticas, bariátricas, ortopédicas e oncológicas), presença de neoplasias, histórico de doença venosa e gestação e puerpério. 

“Ao constatar alguns dos sintomas, a pessoa deve procurar o mais rapidamente possível o médico para o diagnóstico e, se confirmada a trombose, iniciar o tratamento logo”, alerta Dr. Emerson. 

Prevenção da trombose venosa profunda 

Segundo o cirurgião do IMC, há várias atitudes que as pessoas podem adotar para se prevenir de ser surpreendido por uma trombose. O médico recomenda parar de fumar, consumir bastante água, ter alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar passar muito tempo na mesma posição no horário de trabalho ou em longas viagens.  

O uso de meias elásticas também pode ser indicado, de acordo com o cirurgião vascular, já que comprimem os vasos sanguíneos, melhorando o retorno venoso e, consequentemente, prevenindo problemas vasculares como varizes e trombose.